Com o retorno das atividades em função
da pandemia da covid-19, muitas pessoas que ficaram desempregadas estão
encontrando no mercado informal a alternativa de obter renda e sustento. De
acordo com o Boletim Conjuntura de agosto/setembro do Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (DIEESE), no segundo
trimestre de 2021, houve um aumento do trabalho por conta própria em todo o
país, que alcançou o patamar recorde de 24,8 milhões de pessoas, crescimento de
4,2% na comparação com o trimestre anterior.
Este aumento também se refletiu na
região Norte com a elevação nas concessões do microcrédito produtivo e
orientado, disponibilizado pelo Banco da Amazônia (Basa), por meio do Amazônia
Florescer. Até setembro deste ano, foram aplicados R$ 157,28 milhões em toda a
região Norte e mais de 44 mil clientes foram atendidos. No Pará, foram
contratados R$ 112,5 milhões para mais de 31 mil empreendedores.
De acordo com o gerente executivo de
Pessoas Físicas do Basa, Luiz Lourenço, o programa Amazônia Florescer nasceu da
necessidade do Banco financiar empreendedores populares que normalmente não
teriam acesso a crédito pelas linhas tradicionais, ou seja, aqueles
empreendedores que têm um negócio informal ou que está formalizado mas que não
tem um volume grande do negócio. “O Banco criou há 14 anos o Amazônia Florescer
com duas vertentes, o comercial, de vendas e a área rural, agricultura de
subsistência e familiar como indígenas e o micro produtor rural”, explicou.
O programa visa beneficiar comércios,
mercearias, armarinhos, vendas de comidas, refeições, açaí, feirantes, salões
de beleza, oficinas, consertos em geral, confecções, padarias, artesanato, etc.
São beneficiárias do Amazônia Florescer Urbano pessoas físicas das áreas
urbanas empreendedoras de atividades produtivas com a renda ou a receita bruta anual
para enquadramento no PNMPO até R$ 360 mil.
A empreendedora de reciclagem, Francisca
Caetano, moradora da cidade de Belém-PA é uma das beneficiadas pelo programa
Amazônia Florescer Urbano do BASA. Ela começou como costureira e iniciou com
300 reais e, como o grupo dela foi pagando de forma regular, ela já obteve 20
mil. Depois, ela mudou de ramo e passou a vender materiais recicláveis como
alumínio. “Com a concessão de crédito para o meu negócio, eu pude investir e
ampliar o meu espaço de reciclagem, e hoje eu faço a compra e venda de latinhas
de alumínio e fico muito contente de ajudar as pessoas carentes comprando os
materiais que eles trazem”, comentou. Ela possui agora um sonho maior que é
empregar pessoas e expandir ainda mais esse setor para trabalhar também com
plásticos, ferros e tudo que puder ser reciclado.
Formas de acesso ao Amazônia Florescer
De acordo com o gerente Luiz Lourenço
Neto, para interessados ingressarem no Programa Amazônia Florescer, devem
procurar as unidades de Microfinanças da OSCIP AMAZONCRED, parceria operadora
do programa. Os escritórios encontram-se disponíveis no site do Banco
(www.bancoamazonia.com.br).
Os interessados devem formar grupos
solidários de no mínimo três até dez pessoas que se conhecem e possuem um negócio
cada um. Com a visita do assessor de Microfinanças da OSCIP AMAZONCRED, no
empreendimento de cada integrante do grupo será elaborado um cadastro e a
proposta de crédito do cliente através do MPO Digital, aplicativo que cadastra
os clientes, organiza o grupo e faz a proposta de crédito de maneira muito
simples e rápida.