A Vale, por meio do Fundo Vale, aderiu à Iniciativa Floresta Viva, projeto lançado nesta quarta-feira (10/11), em Glasgow, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O objetivo é conceder apoio financeiro a projetos de restauração florestal com espécies nativas e com sistemas agroflorestais (SAFs) nos vários biomas do território brasileiro.
A arrecadação será feita por meio de matchfunding, modelo de financiamento que junta recursos não reembolsáveis do BNDES com os de outras instituições apoiadoras. Em sua primeira fase, a Iniciativa Floresta Viva disporá de pelo menos R$ 140 milhões — sendo até 50% do Banco —, podendo chegar a R$ 500 milhões ao final da segunda fase. O projeto irá se desenvolver ao longo de sete anos e a expectativa é reflorestar entre 16 mil e 33 mil hectares com espécies nativas e biodiversidade, podendo capturar cerca de 9 milhões de toneladas de CO2 equivalente.
A Iniciativa Floresta Viva foi lançada
pelo presidente do BNDES, Gustavo Montezano, durante evento organizado pelo
Ministério do Meio Ambiente, no Espaço Brasil, no centro de convenções onde
ocorre a COP-26, em Glasgow, na Escócia. “Acreditamos em iniciativas como esta,
pois tem o potencial concreto para alavancar recursos para a agenda florestal,
impulsionando soluções de impacto socioambiental positivo, que fortaleçam uma
economia sustentável, justa e inclusiva”, afirmou o vice-presidente-executivo
de Relações Institucionais e Comunicação da Vale, Luiz Eduardo Osorio, que participou
do evento.
Projeto de SAF, da start up Belterra, no
Pará, desenvolvido por meio de parceria com o Fundo Vale e incluído na meta
florestal da Vale de recuperar e proteger 500 mil ha
Por intermédio de chamada pública, será
selecionado um parceiro gestor para a iniciativa, o que deverá ocorrer até o
final de 2021. Ele ficará responsável pela organização do processo de seleção
pública dos projetos a serem apoiados — cuja primeira chamada deve ser
realizada no primeiro trimestre de 2022. Terá ainda, entre outras, a atribuição
de receber os recursos do BNDES e das demais instituições apoiadoras e
repassá-los para os projetos contemplados, acompanhar sua aplicação e monitorar
os resultados.
Cada projeto contemplado receberá um
investimento de, no mínimo, R$ 5 milhões. Os recursos poderão ser empregados,
por exemplo, na aquisição de sementes, mudas, insumos, equipamentos e cercas;
na implantação ou ampliação de viveiros de mudas; em capacitação profissional;
e no pagamento de mão de obra, pesquisas, estudos e serviços técnicos
necessários à execução do projeto. Entre os itens passíveis de apoio, também
estão as atividades para elaboração, aprovação, validação, verificação e
emissão de créditos de carbono, quando associadas à realização dos objetivos do
projeto.
Fundo de fomento e investimento de impacto, mantido pela Vale, que tem como objetivo o fortalecimento de um ecossistema de negócios de impacto sustentáveis, por uma economia mais justa e inclusiva, que valorize os biomas e recursos naturais.
Criado em 2010, o Fundo Vale, associação civil sem fins lucrativos mantida pela Vale, já apoiou mais de 80 iniciativas entre instituições de pesquisa, governos locais, ONGs, startups e associações comunitárias para a proteção de mais de 23 milhões de hectares de floresta. Aportou mais de R$ 161 milhões nessas iniciativas na última década.
O Fundo Vale é responsável por
implementar a meta florestal da Vale, que prevê a recuperação e a proteção de
500 mil hectares até 2030. Até o fim do ano, serão recuperados seis mil hectares
de florestas. Os investimentos somam aproximadamente R$ 100 milhões. Com essas
iniciativas, que estão em fase de teste conceitual, espera-se capturar 26 mil
toneladas de CO2 equivalente por ano e gerar 1.100 novas oportunidades de
empregos diretos. Na área de proteção, o Fundo Vale, em parceria com a Reserva
Natural Vale, fechou acordos com sete unidades de conservação, que somam cerca
de 110 mil hectares.