Operação Amazônia Legal 2 desarticula esquema de fraude ambiental

A Polícia Civil deflagrou, nesta quarta-feira, 3, a segunda etapa da operação Amazônia Legal para desarticular um esquema de desbloqueio de empresas madeireiras irregulares nos sistemas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). Ao todo, foram cumpridos, em Belém e nos municípios de Marabá, Tailândia, Goianésia do Pará e Santarém, no Pará, e em Itinga, no Maranhão, nove mandados de prisão preventiva e dois de condução coercitiva, além de 16 mandados de busca e apreensão. A fraude rendeu mais de R$ 12 milhões aos criminosos.

O trabalho investigativo teve início em 2015, quando foi realizada a primeira fase da operação, com cumprimentos de mandados de busca e apreensão. Na ocasião, as equipes policiais apreenderam na casa de um madeireiro, em Goianésia do Pará, sudeste do Estado, centenas de canhotos de cheques já emitidos. Foram encontrados quatro canhotos no valor de R$ 50 mil em que um dos beneficiados era Uederson de Amadeu Ferreira, analista ambiental do Ibama de Marabá e especialista em informática. As investigações presididas pela delegada Juliana Cavalcante, da Divisão Especializada em Meio Ambiente (Dema), apontaram que o funcionário público federal era o beneficiário direto dos cheques.

Ao todo, 23 empresas bloqueadas no sistema foram liberadas para atuar na extração de madeira pelo analista ambiental, segundo as investigações. Conforme apurou a delegada, durante o inquérito, o analista ambiental teria recebido em torno de R$ 200 mil de pessoas ligadas às empresas madeireiras. O esquema contava ainda com apoio de um comparsa de Uederson, identificado como Anderson Ferreira Bezerra, responsável em receber os valores em conta bancária.