Especialistas do ZOOFIT observaram de perto o estado dos animais |
O Zoológico das Faculdades
Integradas do Tapajós (ZOOFIT/UNAMA), junto com o Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade (ICMBio) e 4º Grupamento de Bombeiros Militar realizaram, nesta quarta-feira (15), a
soltura de 351 animais. Eles estavam no processo de reabilitação no zoológico
localizado no município de Santarém, Oeste do Estado do Pará e agora voltam
para os seus habitats naturais, a Floresta Nacional do Tapajós (Flona Tapajós)
Este tipo de atividade é
realizada com os animais aptos a serem devolvidos para a mata nativa depois deles
passarem pelos procedimentos médicos veterinários e biológicos. Todo o processo
de readaptação dura em torno de três a seis meses, de acordo com o estado
clínico.
Durante a soltura foram
disponibilizados um caminhão do Corpo de Bombeiros, caminhonetes do Ibama,
ICMBio e do ZOOFIT/UNAMA, que carregaram répteis, aves e mamíferos. Entre as
espécies soltas estavam 28 Jacareís Tingas; 81 Jabutis Pata Vermelha; 11
Jacareís Coroa; 06 cágados de Barbicha; 100 Tartarugas; 04 Pitiús; 89 Tracajás;
26 Aperema; 01 Onça Jaguatirica; 01 Preguiça Real e 05 Marrecos. A ação da
reintrodução na natureza durou cinco horas e meia do zoológico até os ramais no
67km, 72km e 86km da Flona do Tapajós.
“Todos os animais de cativeiro
trazidos por órgãos ambientais, precisam passar por um processo de
reabilitação. Porém esse procedimento não é tão simples. Soltar um animal
aleatoriamente sem preparo adequado ou área previamente definida pode gerar uma
adversidade no processo de soltura, haja vista que o animal foi submetido a estresse
por presença humana e alimentação domesticada”
ressalta o responsável técnico e biólogo do ZOOFIT/UNAMA.
Para o especialista em anfíbios e répteis, o
herpetólogo do curso de Biologia da FIT/UNAMA,
Hipócrates Chalkidis, a ação de soltura é extremamente benéfica, porque
se trata de animais com estado de saúde atestado por veterinários do zoológico,
especialmente nos primeiros cuidados, nas avaliações clínicas. “A soltura não
pode ser feita de qualquer forma, há todo um estudo prévio pra saber quais as
espécies que residem em determinado local, quais os principais predadores,
presas, para que esses animais reintroduzidos tenham a capacidade de se manter
no local sem interferência. Não podemos soltar um predador em um local onde não
se tem presas, pois ele vai procurar outros locais para se alimentar. A Floresta Nacional do Tapajós tem um banco de
dados com informações sobre fauna e nos permite dizer que lá foi o melhor local
para fazer esta soltura”, ressalta.
O Projeto do ZOOFITUNAMA trabalha
na recuperação de animais desde 1993, a partir da necessidade de abrigar de
forma adequada os animais da fauna e flora amazônica que chegavam para estudos
no curso de Ciências Biológicas das Faculdades Integradas do Tapajós
(ZOOFIT/UNAMA). Inicialmente, o zoológico estava instalado na área da
faculdade, mas atualmente ocupa uma área de 147 hectares, cedida em comodato
pelo 8º Batalhão de Engenharia e Construção (8ºBEC) e tem em seu ambiente mais
de 300 espécies identificados entre aves, mamíferos e répteis.