A suspensão das buscas aos passageiros desaparecidos da embarcação Luar C foi anunciada em coletiva - Foto Ascom |
Risco à segurança de navegação e
homicídio doloso serão os possíveis crimes pelos quais o proprietário da
embarcação Luar C, Antônio Fernando Colares Tavares, e o piloto, Nélio Alves de
Souza, devem ser indiciados. Ainda esta semana ambos serão intimados e terão a
prisão preventiva solicitada à Justiça. Os dois concederam depoimento na
Delegada de Polícia Civil Fluvial (DPFLU), na tarde desta segunda-feira (19),
em continuidade às medidas que objetivam identificar as causas do naufrágio
ocorrido no último dia 7, no trecho entre a boca do rio Arrozal e a boca do rio
Ponta de Pedras, local conhecido como Baia do Arrozal.
No depoimento foi informado que a
embarcação havia saído do porto Brilhante, no bairro da Cidade Velha, com
destino à cidade de Ponta de Pedras. Ao todo, 43 pessoas sobreviveram, quatro
morreram e cinco ainda estão desaparecidas. Ainda segundo o depoimento prestado
ao delegado de Polícia Civil Fluvial, Arthur Braga, o piloto do Luar C, Nélio
Souza, contou que no momento do naufrágio havia fortes rajadas de vento que
teriam produzido grandes ondas, obrigando-o a reduzir a velocidade do barco.
“As ondas atingiram a popa da embarcação, o que ocasionou o naufrágio. Depois
de ter virado, a lancha ainda permaneceu 15 minutos na superfície”, contou.
O piloto do Luar C disse que quando foi
contratado pelo dono da embarcação, Antônio Tavares, recebeu vários documentos
como planta do barco, certificado de segurança de navegação e título de
inscrição da Capitania dos Portos. “O certificado de segurança e o título não
estavam regularizados, mas o proprietário disse que já estava providenciando a
regularização dos documentos”, relatou.
Já o proprietário da embarcação, Antônio
Tavares, disse que “já havia procurado uma empresa particular para realizar as
vistorias na embarcação Luar C, o que viabilizaria a aquisição do certificado
de segurança e de navegação, e em seguida daria entrada no título de inscrição
da Capitania dos Portos. No entanto, segundo o depoimento, os documentos não
foram regularizados.