Gabriella Florenzano homenageia Belém do Pará |
A contralto Gabriella Florenzano solta
de novo sua voz rara, escura e grave em Belém, nesta quinta-feira dia 12 de
janeiro, em homenagem aos 401 anos da cidade, no Museu do Estado do Pará, às
19:30h, acompanhada pela pianista Leandra Vital, com participação especial do
clarinetista e saxofonista Marcos Cardoso Puff. O repertório é bem eclético:
tem Camargo Guarnieri, Bach, Schumann, Mozart, Gabriel Fauré, George Gershwin,
Tó Teixeira e Waldemar Henrique, além de uma composição do maestro Altino
Pimenta dedicada à veneranda professora Helena Lenita Lira Maia e o solo “Rio
Guajará Mirim”, música minimalista de Marcos "Puff" inspirada pelo
rio que banha a histórica cidade de Vigia de Nazaré. O recital lírico “401”
abre oficialmente a temporada 2017 do programa “Bravíssimo”, do Museu do Estado
do Pará, tem entrada gratuita e é uma realização do Governo do Estado, via
Secretaria de Estado de Cultura e Sistema Integrado de Museus e Memoriais do
Pará.
Paraense de Belém, Gabriella Florenzano
há oito anos foi morar em São Paulo (SP), mas com frequência se apresenta em
sua terra natal. Em agosto de 2016, interpretou a Sorceress, a grande
antagonista da ópera Dido And Aeneas, de Henry Purcell, regida pelo maestro
Márcio da Silva, no Grande Teatro do Palácio das Artes, em Belo Horizonte(MG).
O mesmo papel foi seu debut operístico em 2010, regida pelo maestro francês
Philippe Forget, no Museu do Estado do Pará, que tornou a interpretar em
montagem no teatro Cláudio Barradas, em 2012.
Suas experiências musicais incluem
momentos de grande emoção. Em outubro do ano passado, pelo terceiro ano
consecutivo cantou para dois milhões de pessoas, durante a Trasladação e o
Círio de Nossa Senhora de Nazaré.
Selecionada entre jovens cantores
líricos do mundo inteiro, Gabriella foi a única brasileira a integrar, em 2015,
o programa Ópera Viva, em Verona (Itália), em junho e julho, período em que fez
recitais na Basílica de Sant’Anastasia, na igreja de San Giorgetto e no Castel
Vecchio.
Gabriella criou uma releitura de obras
eruditas em linguagem jazzística, “Nera”, que estrelou, no Teatro Maria Sylvia
Nunes, referência ao repertório e às origens negras do jazz e à luta dos negros
para entrar no mercado musical exprimindo suas raízes, ritmos e crenças.
Participação especial do clarinetista e saxofonista Marcos Cardoso Puff |
Também atuou no teatro musical
interpretando o papel título de “Victor ou Victoria?” em Making Musicals, de
Wolf Maya, no Teatro Nair Bello, em São Paulo(SP), já cantou em diversos
teatros em São Paulo, Curitiba, Florianópolis e excursionou pelo País em turnê
com a Orquestra de Violoncelistas da Amazônia. Gabriella Florenzano é fruto da
musicalidade amazônida que gosta de cantar. Seu repertório é coalhado de lendas
e mitos amazônicos, dos compositores eruditos parauaras, que pretende gravar.
O local do concerto é uma atração à
parte. O Palácio Lauro Sodré, antigo Palácio do Governo, foi construído no
final do séc. XVII pelo arquiteto Antônio Landi, por ordem do Marquês de
Pombal, que queria transferir a corte portuguesa ao Pará. No final da década de
1980, foi transformado no Museu do Estado do Pará. Nas galerias Antônio
Parreiras e Manoel Pastana, o espaço é destinado a exposições temporárias, os
salões nobres abrigam o mobiliário histórico – parte trazida da Europa e parte
confeccionada nas oficinas da antiga Escola de Artífices -, esculturas e
quadros de renomados artistas, inclusive o acervo arqueológico, em exposição
permanente. O endereço é: Praça Dom Pedro II, s/nº, Cidade Velha, CEP:
66020-240.