Foto Ascom/Prefeitura de Belém |
Com um acervo de 1.580 obras, entre
pinturas, gravuras, desenhos, esculturas e mobiliários, o Museu de Arte de
Belém (Mabe), situado no Palácio Antônio Lemos, é considerado como uma
referência para a história da cidade e da região Amazônica. Nesta quinta-feira,
12, ele completa 23 anos – juntamente com o aniversário da cidade. Apesar de recente, o Mabe herdou o
acervo pertencente à Intendência Municipal. Fundado em 1991, como um
Departamento da Fundação Cultural do Município (Fumbel), o espaço hoje conta
com duas salas de exposição (galerias) – que recebem mostras temporárias de
curta duração –; cinco salas e dois salões, no andar superior do Palácio, onde
se concentra a maior parte do acervo, exposta.
História da cidade – Um dos mais
importantes acervos sobre a história de Belém está no Mabe. O quadro “A
fundação da cidade de Belém” retrata a consolidação da colonização portuguesa
na Amazônia. Do pintor Theodoro Braga, a obra foi apresentada aos paraenses em
1908. Nela estão representados os principais atores dessa empreitada, entre agentes
coloniais, militares, comerciantes, religiosos, índios cativos e livres.
Além desta, outras obras valiosas estão
no acervo, como telas de Antonio Parreiras; a coleção de aquarelas de Wambach e
Alfredo Norfin; “O Seringal”, de Candido Portinari; entre outras. De acordo com
a diretora do museu, Dora Lúcia Lourenço, as artes expostas são remanescentes
do período extrativista da borracha (1860-1920). “O Mabe possui obras mais
emblemáticas da cidade e essa conservação se dá especialmente devido ao trabalho
dedicado dos profissionais envolvidos, que fazem, além do restauro, uma
pesquisa documental”, explica.
Grande parte do acervo se mantém exposta
nos salões do Palácio, acessível ao público, que passa a conhecer, de perto,
uma história que durante anos esteve escondida. É o caso, por exemplo, do
mobiliário de época, como cadeiras, poltronas, sofás, mesas e vitrines em
madeira, com acabamento de mármore e douramentos. “O Palácio detém um conjunto
de bens integrados preciosos, que o tornam uma edificação determinante da sua
época”, explica Dora Lúcia. Todos os salões são ornamentados com objetos de
arte, encomendados – em sua maioria – para o Palácio, transformando o ambiente
e seu acervo num dos mais importantes da cidade na época e até hoje.
Cultura acessível
O Museu de Arte de desempenha um
importante papel social, no desenvolvimento de suas atividades tradicionais
como coleta, preservação e educação, e tem aumentado a interação com a
comunidade. Diariamente, alunos do ensino Fundamental e Médio e artistas locais
têm visitado os espaços do Mabe para conhecer mais sobre a história de Belém.
Rodrigo Silva, de 19 anos, é um dos
frequentadores do Museu. Curioso como ele mesmo se define, o estudante conta
que o fato de ter um espaço que agrega as informações Belém, dentro de um
prédio histórico, enriquece a cultura. “Aqui a gente conhece uma realidade
diferente do que é abordado em sala de aula”, disse.
Por estar localizado no centro
histórico, próximo de outras instituições museológicas, ele atua como centro de
atração de público. “O Mabe possui um significativo potencial de contribuição
para a circulação de riquezas, sejam ela de saber, bens ou serviços. Suas
atividades estimulam o turismo e incentivam as atividades econômicas no centro
histórico de Belém”, avalia a diretora do museu.
Serviço:
O Mabe funciona de terça a sexta-feira,
das 10h às 18h, e aos sábados e domingos, de 9 às 13h. As segundas-feiras são
destinadas à conservação e manutenção do acervo. A entrada é gratuita.