Peritos precisam estabelecer um padrão vocal, que é isolado no estúdio - Foto Ascom/CPC |
Após um período de readequação do espaço
físico, o Centro de Perícias Científicas “Renato Chaves” reativou o estúdio de
captação de voz, do Núcleo de Fonética Forense, que faz a perícia de comparação
para determinar se as vozes foram produzidas ou não pelo mesmo interlocutor.
Esse material geralmente é solicitado em casos de investigações criminais que
tenham capturas de áudio, registrado por meio de interceptação telefônica ou
gravação ambiente, como evidências materiais. O estúdio, com 2m², é revestido
com espuma acústica e isolado por uma janela com vidro duplo insonorizado, que
absorve a energia sonora, formando uma manta acústica com o intuito de reduzir
os ruídos e atenuar os sons, aumentando a qualidade da perícia. Os peritos
precisam estabelecer um padrão vocal, que é isolado no estúdio, para comprovar
se a voz captada é a mesma do interlocutor indicado pela autoridade policial.
Caso o suspeito tente disfarçar a voz ou seja monossilábico em suas respostas,
ele é estimulado a falar de maneira mais extensa, para que assim, a voz possa
ser transformada em sinal de áudio para realização do exame. Utilizando um
software de áudio e métodos técnico-científicos, os peritos identificam
convergências ou divergências presentes nas falas durante o confronto das
amostras, determinando se as vozes foram produzidas ou não pelo mesmo
indivíduo.
Este tipo de perícia é muito complexa e
multidisciplinar, pois percorre áreas diversas, que vão da linguística à
fonoaudiologia e engenharia, entre outras. No núcleo de Fonética Forense, os
peritos passam por qualificações constantes para garantir a precisão e o alto
nível dos resultados. Para o perito criminal e gerente de perícias de
comparação Edésio de Freitas, a reativação do estúdio dará mais qualidade e
confiabilidade aos laudos. “Com o estúdio, a captação da voz será pura, sem
riscos de ser contaminada com ruídos, o que fornecerá mais qualidade nas
perícias e nos laudos finais, fornecendo subsídios sólidos para que a justiça
possa verificar a culpabilidade do suspeito”, concluiu.