O custo de vida dos paraenses
continua entre os mais altos do país, em grande parte puxado pelas altas
sucessivas no preço da alimentação. No mês passado (dezembro) a Cesta Básica em
Belém custou R$ 410,71 comprometendo na sua aquisição cerca de 51% do salário
mínimo de R$ 880,00 que vigorou até 31/12/2016. Em 2016 ( Jan-Dez) os aumentos
nos produtos básicos da mesa dos paraenses foram quase generalizados com destaque
para o ocorrido com a farinha de mandioca. Como na cesta básica, a
previsão de consumo mensal da farinha de mandioca por trabalhador no Pará é de 3Kg.
O gasto total em dez/16 com aquisição da farinha atingiu R$ 21,39. Já o tempo
de trabalho necessário para adquirir o produto nas quantidades estipuladas foi
de 5h21. Em dez/15, o gasto total para aquisição do mesmo produto atingiu R$
13,11 com um tempo de trabalho necessário de
03h40.
As causas destes aumentos no
preço da farinha e de outros produtos básicos da mesa dos paraenses são muitas
e passam por uma serie de fatores estruturais dentro da cadeia produtiva até a
comercialização. A maior quantidade da farinha de mandioca consumida na Grande
Belém vem de municípios próximos da capital como Castanhal, Capanema e Bonito,
entretanto, mais da metade da produção é ainda artesanal. Este fato, aliado a
produção e ao escoamento da mesma do produtor ao consumidor (sua
comercialização é recheada de atravessadores), faz com que o consumidor
paraense continue a ser penalizado por reajustes acima da inflação como ocorreu
em 2016.