![]() |
O O titular da Segup, Jeannot Jansen, explicou o andamento dos trabalhos - Foto Cristino Martins - Agência Pará |
A constituição de um grupo de
acompanhamento das investigações sobre os 25 homicídios e as 24 tentativas de
homicídios, com características de execução, ocorridos em 20 bairros da região
metropolitana de Belém, nos últimos dias 20 e 21, foi o principal resultado de
reunião ocorrida nesta terça-feira (24), na Secretaria de Estado de Segurança
Pública e Defesa Social (Segup), entre representantes do sistema de segurança e
órgãos federais e estaduais. A reunião serviu também para a Segup repassar
informações sobre o Plano Nacional de Segurança Pública, discutido semana
passada em Brasília.
Assembleia Legislativa, Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB) e Ministério Público do Estado (MPE) vão indicar
representantes para oficializar a formação do grupo interinstitucional de
acompanhamento das investigações da Polícia Civil. Entre as autoridades
presentes ao encontro, estiveram o presidente da Assembleia, deputado Marcio
Miranda (DEM); o delegado geral, Rilmar Firmino; o comandante geral da Polícia
Militar, coronel Roberto Campos; o delegado da Polícia Federal Ualame Machado;
e o comandante Militar do Norte, coronel José Henrique dos Santos.
Em resposta aos questionamentos do MPE,
sobre a maneira como serão feitas as investigações, o titular da Segup, Jeannot
Jansen, explicou o andamento dos trabalhos, coordenados pela Divisão de
Homicídios da Polícia Civil, e informou sobre a atuação conjunta com o
Ministério da Justiça. “Esse momento é para darmos transparência às nossas
medidas. Estamos nos trâmites e já fizemos contato com a Secretaria Nacional de
Segurança Pública para desenvolvermos o trabalho de investigação conjunto da
Polícia Civil do Estado com agentes da Força Nacional", explicou.
Sobre o trabalho de elucidação de crimes
por parte da Polícia Civil, o delegado geral analisou fatores que dificultam o
trabalho, mas destacou o esforço feito durante os inquéritos. “Todo o trabalho
de investigação e instauração de inquéritos é feito, em todos os casos. Há
fatores que dificultam, como a evidência do uso de luvas e capuz. No entanto,
tudo será investigado ", garantiu. O promotor de Justiça Luiz Cypriano
ressaltou a qualidade dos inquéritos instaurados pela Polícia Civil. “Na
chacina de Icoaraci, vi o esmero que foi o trabalho policial que deu causa à
denúncia que fiz”, afirmou.
A promotora Rosana Cordovil adiantou o
fluxo sobre a divisão dos processos para três promotorias do MPE nos casos dos
homicídios. “O trabalho da Polícia Civil do Pará é um dos melhores do Brasil.
Eu não estaria há 21 anos como titular de uma promotoria se não fosse o
trabalho de base da Polícia Civil. Inquéritos muito bem feitos”, avaliou.
Jeannot Jansen repassou aos integrantes
dos governos federal e estadual as deliberações resultantes da reunião ocorrida
semana passada em Brasília. Jeannot explicou que o plano tem três eixos, que
visam medidas para a redução de homicídios e violência doméstica contra mulher,
reforço às fronteiras contra o tráfico de drogas e de armas e modernização do
sistema penitenciário. “A proposta está
disponível para a sociedade, mas ainda não foi assinada, porque não há previsão
de como essas ações seriam financiadas. As medidas para atuação imediatas estão
relacionadas à formação e uso de núcleos de inteligência policial, e também o
reforço das ações do Exército nos presídios no sentido de fazer varreduras nos
presídios”.
O secretário adjunto da Segup, coronel
PM Hilton Benigno, enfatizou que a problemática do tráfico e o uso de drogas e
de armas são fatores que cooperam significativamente para todos os tipos de
crimes. “Existem 33 propostas de leis voltadas ao combate às drogas no
Congresso Nacional, mas nada foi feito. Em alguns casos a legislação está
obsoleta. No dia a dia percebemos o quanto esses fatores influenciam nos
índices de criminalidade. O trabalho integrado dos órgãos de segurança tem
gerado resultados positivos para o Estado”, explicou.