Se 2016 foi um ano de profunda recessão na economia e duro para muitas empresas que, diante do cenário, foram obrigadas a demitir funcionários, realizar fusões, vender ativos e até mesmo fechar unidades industriais, na perspectiva realista de muitos economistas este ano será ainda mais difícil. Já de olho nesse panorama, empresas do setor industrial estão buscando, cada vez, mais o caminho da reinvenção para cavar novas oportunidades e andar na contramão da crise. Tudo isso, para pelo menos manter, os resultados do ano anterior.
É o caso das empresas do polo
industrial de Barcarena. Na Alubar Metais e Cabos, que produz de vergalhões de
liga e cabos elétricos de alumínio e cobre no município, a ideia é redobrar os
esforços do ano passado, que garantiram produção recorde de cabos na fábrica.
“Vamos, cada vez mais, criar, discutir e executar a melhor solução. O controle
orçamentário será vital para o sucesso, além de ter novos produtos com maior
rentabilidade e valor agregado. E o grande desafio de todos: manter a posição
de maior produtor de cabos de alumínio da América Latina. O novo ano será
vencido com a criatividade e com a saída da zona de conforto”, analisa Maurício
Gouvea, diretor executivo da Alubar Metais e Cabos.
José Maria Barale, presidente do
Conselho de Administração do Grupo Alubar, diz que a empresa tem uma capacidade
de inovação positiva e agressiva que a coloca em posição muito boa no mercado.
“Em 2016, fizemos 40% dos leilões das linhas de transmissão e contratamos quase
200 novos colaboradores. Temos uma gestão altamente profissional para planejar,
acompanhar processos, mensurar resultados a partir de indicadores. Esse tipo de
atitude nos permitirá consolidar o crescimento, independente do meio econômico
ou político”, avalia.
Diversificação de mercados
A Imerys, mineradora que atua com
caulim nos municípios de Barcarena e Ipixuna do Pará, também está prospectando
novos caminhos para sua matéria-prima. A empresa vê a área de Novos Negócios
como ferramenta estratégica para diversificar mercados nos quais o caulim é
utilizado. O minério tem múltiplas utilizações, mas a principal é na indústria
do papel. “É importante não dependermos de um ou outro mercado apenas. Com a
dinâmica do mercado avaliou-se que é importante para a Imerys diversificar os
mercados onde atuamos”, explica Marcelo Gullo, gerente de Novos Negócios da
Imerys.
O caulim é uma espécie de argila
branca, não-tóxica e não-reativa, que está mais presente na rotina das pessoas
do que se imagina: no creme dental, na xícara de café, no lápis de cor que as
crianças utilizam e até mesmo em cosméticos. Um exemplo é a parceria com a
Chamma da Amazônia. A perfumaria, que foi reconhecida como uma das 50 empresas
mais inovadoras do país, junta o caulim a produtos regionais como o açaí e
buriti, resultando em cosméticos extremamente benéficos para a pele.
“Valorizamos a qualidade e o que é da Amazônia, essa parceria é a garantia de
que os consumidores têm produtos feitos com excelente matéria-prima, vinda de
uma empresa que tem padrão de qualidade”, explica Fátima Chamma, diretora
executiva da Chamma.