O Dia Internacional da Mulher,
celebrado nessa quarta-feira (8), foi na rua. Mulheres trabalhadoras,
estudantes, assentadas, negras e donas de casa se encontraram no Largo
do Redondo em Belém e de lá sairão em caminhada pelas ruas da capital contra o
machismo, a violência e também contras as reformas da previdência e
trabalhista, propostas pelo Governo Temer, e que vão atingir mais perversamente
as mulheres negras e pobres.
Violência - No Brasil, dois
terços das denúncias de violência contra a mulher têm algo em comum: são
praticadas por atuais ou ex-companheiros, cônjuges, namorados ou amantes da
vítima. Entre os tipos de violência conjugal estão a violência física,
psicológica, moral, sexual, patrimonial, entre outras.
Segundo o boletim da Central de
Atendimento à Mulher, o Ligue 180 da Secretaria Especial de Políticas para as
Mulheres (SPM), de 67.962 relatos de violências recebidas nos 10 primeiros
meses do ano passado, 67,63% aconteceram em um relacionamento heterossexual. Em
41% dos casos, a relação durava há mais de 10 anos, e em 39,34%, a violência é
diária.
Reforma da Previdência – Um dos
itens da reforma Temer é exigir para todos os tipos de aposentadoria a idade
mínima de 65 anos e 25 anos de contribuição (hoje, 65/60 anos, homens/mulheres,
mais 15 anos de contribuição). E nessa conta, as mulheres, mais uma vez, serão
as mais prejudicadas.
Atualmente, as trabalhadoras têm
o direito de se aposentar com cinco anos a menos do que os homens, tanto na
aposentadoria por idade quanto por tempo de contribuição. A diferença se
justifica pelas condições desfavoráveis enfrentadas pelas mulheres no mercado
de trabalho e pela dupla jornada que realizam, tendo em vista a quantidade de
horas por semana dedicadas por elas aos afazeres domésticos e ao cuidado com os
filhos.
Segundo dados da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE de 2014, as mulheres ocupadas
trabalham cerca de 24 horas por semana em afazeres domésticos, enquanto homens
dedicaram 10,5 horas por semana ao mesmo tipo de tarefa. A sociedade brasileira
ainda é muito machista: a maioria dos casais não compartilha os serviços
domésticos. Em consequência, as mulheres ficam sobrecarregadas.