Seis técnicos da Defesa Civil paraense estão na área permanentemente, além de dez homens do Corpo de Bombeiros e duas guarnições da PM. - Foto Agência Pará |
O governador Simão Jatene ordenou
para o Estado o atendimento às populações das cinco localidades do município de
Trairão, que estão isoladas pela interdição da rodovia BR-163, entre os
quilômetros 1.296 e 1.344. As chuvas intensas – o maior volume nos últimos dez
anos – transformaram aquele trecho não asfaltado da estrada em um grande
atoleiro. Formou-se uma fila de até duas mil carretas por 38 quilômetros de
extensão.
De acordo com José Megale, chefe
da Casa Civil, a orientação do governador é de que a Defesa Civil, Polícia
Militar e Corpo de Bombeiros permaneçam no local, onde há duas semanas cooperam
com as equipes do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT),
órgão gestor das rodovias federais, que tentam, com a ajuda do Exército e da
Polícia Rodoviária Federal, restaurar as condições de trafegabilidade. “Mas, no
atendimento às populações impactadas pelo problema, os protagonistas somos
nós”, observou Megale.
Para isso foi criada uma
força-tarefa envolvendo as secretarias estaduais de Transporte, Segurança,
Saúde, Educação, além da Casa Civil, Bombeiros, Defesa Civil, PM e Grupamento Aéreo
de Segurança Pública. Duas salas de situação foram montadas, nos quartéis dos
Bombeiros em Itaituba e em Belém, para facilitar a integração das equipes
envolvidas e agilizar os procedimentos emergenciais.
Além do monitoramento de danos,
riscos e impactos, os órgãos do Estado, sob coordenação da Defesa Civil do
Pará, farão a avaliação sanitária, o reforço no atendimento das áreas de saúde,
educação e segurança, entre outras ações. O coordenador da Defesa Civil
estadual orientou a Defesa Civil municipal, em Trairão, a montar uma cozinha
para atender aos caminhoneiros com alimentação e hidratação e solicitou ao
Exército os carros-pipas para distribuir água potável.
Seis técnicos da Defesa Civil
paraense estão na área permanentemente, além de dez homens do Corpo de
Bombeiros e duas guarnições da Polícia Militar. No Quartel dos Bombeiros em
Itaituba, há 70 homens de prontidão. Todo o 10º Comando de Policiamento
Regional da PM, também está em alerta. Um helicóptero do Grupamento Aéreo de
Segurança Pública parte nesta quarta-feira para o local.
EMERGÊNCIA
Trairão não é um caso isolado.
Treze municípios, situados em sete das 12 regiões de integração do Pará,
decretaram ou estão prestes a decretar situação de emergência por causa de
chuvas intensas e consequentes enxurradas, vendavais, inundações, erosões e
surtos epidêmicos. Estes eventos estão relacionados com o ápice do inverno
amazônico, que começou em dezembro e vai até abril, agravado por situações
locais. As ocorrências mobilizam a atenção de todo o contingente da Defesa
Civil do Estado, além de outros órgãos do governo estadual.
Quase 30 agentes estaduais da
Defesa Civil se deslocaram para as áreas de risco, onde monitoram os casos,
orientam as prefeituras e atuam na prevenção de danos e na assistência humanitária
às mais de 20 mil pessoas prejudicadas. Um dos casos de maior impacto, com mais
de 12 mil afetados, é o da BR-163, mas o trabalho se estende por todas as
regiões.
Na enxurrada de sábado (25), em
Tucuruí, as equipes da Defesa Civil montaram abrigos na sede do Campestre, na
Escola Manoel Carlos e na Escola Gumercindo Gomes, alojando cerca de 75
pessoas, entre adultos e crianças. Há ainda diversas ações em Itaituba,
Santarém, Bragança, Rio Maria, Bannach, Rurópolis, Novo Progresso, Uruará,
Santana do Araguaia e Conceição do Araguaia.
Em Eldorado dos Carajás, Defesa
Civil e Corpo de Bombeiros também providenciaram alojamento para os
prejudicados pela enchente do Rio Vermelho, que provocou enxurradas e
inundações nos bairros de Abaeté e União, desalojando 260 famílias e destruindo
ou danificando mais de 100 casas.
“Além disso, acompanhamos a
subida de nível dos principais rios, com especial atenção para Amazonas,
Tapajós, Tocantins, Araguaia e Xingu, nos quais as cheias típicas deste período
costumam provocar grandes transtornos para a população ribeirinha”, observa o
Coronel Francisco Cantuária, coordenador-adjunto da Defesa Civil do Pará.
“Neste momento, porém, são as chuvas que mais nos dão trabalho. Não podemos
parar”, assegurou.