A confirmação de mais duas mortes por
febre amarela, elevando para quatro o número de vítimas no Pará, reforça a
necessidade da prevenção contra a doença, não apenas na região Oeste, onde ocorreram
os casos fatais, mas em todo o Estado. A vacinação contra a febre amarela faz
parte do calendário de imunização do Ministério da Saúde e a vacina é
encontrada em qualquer unidade de saúde. Em Belém, há quase 60 lugares onde se
pode tomar a vacina.
“Toda e qualquer morte por febre amarela
poderia ser evitada se a pessoa tivesse tomado a vacina ao se expor a áreas de
risco. E mesmo que não more em áreas rurais, mais cedo ou mais tarde, em algum
momento da sua vida, a pessoa vai necessitar viajar e ela precisa estar
protegida”, orienta o diretor do Instituto Evandro Chagas, Pedro
Vasconcelos.
Na região Oeste, a Secretaria de Estado
de Saúde Pública (Sespa) está executando um plano emergencial, que inclui a
vacinação em massa, o combate ao mosquito transmissor da doença e o atendimento
e orientação médica para as populações residentes em Alenquer, Monte Alegre,
Curuá, Oriximiná e Óbidos. Alenquer e Monte Alegre são os locais de origem das
vítimas, duas crianças e dois jovens. Curuá, Oriximiná e Óbidos, municípios
vizinhos, são considerados de risco para a propagação da doença.
Nos quatro casos de óbito, as vítimas
estavam internadas e suas condições já eram avaliadas há cerca de um mês, antes
mesmo de começar o plano emergencial da Sespa, pela própria secretaria e pelo
Instituto Evandro Chagas, onde são feitos os exames que confirmam o
diagnóstico. O Evandro Chagas também procede os exames sorológicos nos macacos
mortos pela doença.
Um mês atrás, o Instituto confirmou a
morte, em Belém, de um macaco infectado pelo vírus da febre amarela, colocando
em alerta as autoridades da área de saúde na capital. Os macacos não transmitem
a doença, mas também são vítimas, por viverem no mesmo hábitat (as copas das
árvores) que os verdadeiros vilões, que são as fêmeas de mosquitos, vetores da
doença e reservatórios do vírus.
O macaco doente vivia nas matas do
Parque Ambiental do Utinga. Imediatamente após a confirmação do diagnóstico, a
Sespa, com apoio da Secretaria Municipal de Saúde, do Instituto Evandro Chagas
e do Batalhão Ambiental da Polícia Militar, mobilizou equipes para vacinar os
12 mil moradores de dois bairros do Curió-Utinga e Águas Lindas, no entorno do
Parque, borrifar as casas e orientar sobre o combate ao mosquito. Desde então,
foi reforçada a disponibilidade de vacinas em todas as unidades de saúde de
Belém.
O secretário de Saúde do Pará, Vitor
Mateus, que acompanhou as ações da Sespa em Alequer e Curuá, garante que não
vai faltar vacina no Estado. “A imunização é primordial para prevenir a
doença”, ressalta, informando que o Pará tem quase 310 mil doses de vacina
disponíveis. “Vamos vencer essa guerra", afirma.