A Secretaria de Estado de
Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme) assinou Protocolo de
Intenções com a Maísa Agroindústria e com a Associação dos Vendedores
Artesanais de Açaí de Belém e Região Metropolitana (Avabel), com o propósito de
estabelecer parceria para o reaproveitamento do caroço de açaí. Convertido em
biomassa vegetal, o material tem potencial para aproveitamento pelas demais
indústrias e para geração de energia sustentável.
Estima-se que somente na Região
Metropolitana de Belém existam cerca de dez mil pontos de venda de açaí, que
produzem uma média diária de 200 quilos de resíduos (caroços) cada, com um
volume total diário em torno de 1,6 a 2 toneladas, podendo chegar a 550 mil
toneladas ao ano. De acordo com a Lei Federal dos Resíduos Sólidos, os caroços
de açaí são excedentes de atividade comercial e sua coleta e destinação são de
responsabilidade de seu gerador – no caso os batedores.
A ideia do projeto da Maísa Agroindústria
é utilizar esse resíduo na sua totalidade. O material restante do processamento
do fruto do açaí pode se tornar fonte alternativa de energia, combustível,
fertilizantes, além de outros (sub) produtos e insumos, reduzindo o impacto
ambiental. Em tempo, a biomassa de origem vegetal possui sustentabilidade
superior às fontes de energia tradicionalmente utilizadas, o que torna o
reaproveitamento dos resíduos do açaí uma alternativa economicamente viável em
oposição ao descarte.
Entre os compromissos firmados
pela Maísa Agroindústria estão a instalação das unidades industriais para a
produção de bio-óleo BPL (Biomassa Padronizada Liquida), carvão, extratos
ácidos e energia elétrica. O projeto prevê a oferta de energia limpa de fonte
renovável com características físico-químicas superiores ao óleo diesel,
comumente usados no processo de geração das usinas térmicas.
A Avabel terá o compromisso de
firmar a estratégia que viabilize por longa duração a coleta e destinação final
adequada dos resíduos. E além de fornecer o caroço, receberá de volta o carvão
produzido para venda na loja dos próprios batedores que forneceram o carvão. Ou
seja, o caroço deixa de ser apenas resíduo e vira outro produto para geração de
renda.
Para o secretário de
Desenvolvimento Econômico, Adnan Demachki, o projeto pode ser benéfico sob
vários aspectos. “Desde a criação de empregos atéaà produção de energia mais
limpa, passando pela preservação ambiental ao dar destinação a resíduos que, em
muitos casos, nem sempre tem destinação correta. No fim, é um problema que vira
solução”.
Além do secretário, estiveram
presentes na assinatura do Termo de compromisso o diretor presidente da Maísa
Agroindústria, Márcio Pinheiro; o presidente da Avabel, Carlos Noronha; o
presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará (Codec), Olavo das
Neves; e a diretora do Núcleo de Gerenciamento do Programa Credcidadão, Maria
Alves dos Santos.