MARITUBA: Promotores apresentam providências referentes a aterro sanitário



Em reunião realizada na manhã desta 3ª feira (23), na Promotoria de Justiça de Marituba, o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) apresentou a lideranças comunitárias e a representante da Ordem dos Advogados do Brasil as providências que estão sendo tomadas para solucionar os transtornos causados pelo aterro sanitário instalado no município. O empreendimento é alvo de várias queixas da população, sobretudo por exalar mau cheiro e por estar supostamente provocando danos ambientais.

Durante quase quatro horas de reunião, os promotores de justiça Evandro Ribeiro e Marcela Melo explicaram em detalhes aos presentes que todas as providências de responsabilidade do MPPA estão sendo tomadas em relação ao caso. Eles destacaram que a instituição está atuando nas esferas cível e criminal para apurar a eventual responsabilidade dos envolvidos em supostas irregularidades relativas ao empreendimento

O promotor Evandro Ribeiro explicou que o MPPA instaurou inquérito civil amplo, que está apurando, entre outros aspectos, se os princípios e objetivos da lei que instituiu a política nacional de resíduos sólidos estão sendo atendidos em Marituba. Várias providências já foram adotadas durante o inquérito, como a realização de visita técnica ao aterro, coleta de depoimentos e informações e o envio de recomendações e notificação às secretarias municipal e estadual de meio ambiente e à empresa responsável pela operação do aterro. A instituição também está acompanhando e fiscalizando o cumprimento de autos de infração aplicados pelo governo estadual ao empreendimento.

“Tudo está sendo feito dentro do procedimento legal. Temos que fazer diligências externas, ouvir as pessoas e reunir várias informações que são de interesse da investigação para que possamos tomar medidas resolutivas”, reforçou o promotor Evandro Ribeiro. Ele informou que o inquérito depende de resultados de perícias de responsabilidade do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves. As informações vão auxiliar na avaliação quanto à aferição e extensão dos danos supostamente atribuídos ao funcionamento do aterro sanitário, tais como se houve contaminação de rios ou outros possíveis danos ao meio ambiente.

O MPPA já reuniu com CPC Renato Chaves pedindo celeridade na elaboração da perícia. Ao final do inquérito, o MPPA vai dimensionar os impactos causados e pode tomar medidas judiciais para responsabilizar possíveis envolvidos.

Ao mesmo tempo em que promove o andamento do inquérito civil, o MPPA está atuando na esfera criminal, por meio da promotora Marcela Melo. Durante a reunião, ela antecipou que será apurada qualquer prática de crime por empresa, pessoas físicas ou por agentes públicos, o que pode resultar em denúncia para punição dos supostos envolvidos. A promotora informou que serão apurados crimes ambientais, comuns e até supostos crimes de responsabilidade, podendo resultar em ações de improbidade administrativa.

As lideranças comunitárias, representadas pela vereadora Sandra Santos e por dirigentes de movimentos sociais, entre eles o “Fórum Permanente Fora Lixão”, se manifestaram e citaram que o aterro está provocando vários impactos negativos ao município. Durante o encontro eles entregaram aos promotores uma pauta de reivindicações, que prevê, entre outros itens, que sejam realizados estudos para que o aterro sanitário seja retirado de Marituba e instalado em outro município.

O promotor Evandro Ribeiro recebeu a pauta de reivindicações e anunciou que, após análise dos pedidos, vai encaminha-los aos órgãos responsáveis. Ele colocou os processos referentes ao caso à disposição da sociedade para consulta. “Estamos atuando da forma mais transparente”, finalizou o representante do MPPA.

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