Na noite desta sexta-feira (28) foram encaminhados ao Complexo
Penitenciário de Americano, em Santa Izabel do Pará (Região Metropolitana de
Belém), Ricardo José Passanha Lauria, Antônio Genival Lima Moura, Sérgio Piva
Simoni, Wesley Linch e Maciel Buosi Dias, acusados de envolvimento na morte do
prefeito de Breu Branco, Diego Kolling, ocorrido em 16 de maio deste ano, em um
trecho da Rodovia PA-263, que liga as cidades de Tucuruí e Goianésia do Pará.
Os acusados de participação no assassinato de Diego Kolling, conhecido
como “Alemão”, foram presos na manhã de hoje nas cidades de Breu Branco,
Goianésia e Tucuruí. Foram cumpridos cinco mandados de prisão, 10 de condução
coercitiva e outros de busca e apreensão.
A operação foi deflagrada ainda na madrugada desta sexta, sob a
coordenação direta do delegado-geral de Polícia Civil, Rilmar Firmino. Cerca de
40 policiais, entre civis e militares, participaram da ação que resultou nas
cinco prisões. Agentes da Divisão de Homicídios, de Belém, continuam as
investigações visando à prisão de um sexto envolvido. Dez testemunhas foram
ouvidas e liberadas.
Inquérito - Inicialmente, os presos foram levados à Superintendência da
Polícia Civil, em Tucuruí, e de lá seguiram para Belém em uma aeronave do
Grupamento Aéreo de Segurança Pública do Estado (Graesp), juntamente com os
delegados Rilmar Firmino, Eduardo Rolo e André Costa. As prisões são
temporárias - prazo de 30 dias -, tempo necessário para o encerramento do
inquérito e envio à Justiça.
Do hangar do governo do Estado, os presos foram levados à sede da
Polícia Civil, no centro de Belém, onde aguardaram o encaminhamento para o
exame de corpo de delito, no Centro de Perícias Científicas “Renato Chaves”, e
o transporte até o Complexo de Americano.
Na sede da Polícia Civil houve uma coletiva de imprensa, com o delegado
Rilmar Firmino; o titular da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa
Social, Jeannot Jansen; o comandante geral da Polícia Militar, coronel Hilton
Benigno; o diretor de Polícia Especializada, delegado Silvio Maués, e os
delegados Eduardo Rollo e André Costa, este diretor da Divisão de Homicídios.
“Podemos dizer que restauramos o estado de direito neste caso de Breu
Branco. Nós vamos, sim, elucidar a morte do prefeito de Tucuruí, Jones Galvão,
assim como nesse caso. Vamos dar a resposta devida a partir do trabalho de
investigação da Polícia Civil, que está de parabéns”, afirmou o secretário
Jeannot Jansen.
O delegado Rilmar Firmino afirmou que a elucidação do crime está muito
clara, principalmente devido à riqueza de provas testemunhais e periciais. Ele
contou que a motivação foi econômica e política, uma vez que o então presidente
do Partido Social Democrático (PSD) em Breu Branco, Ricardo Lauria, havia
apoiado o prefeito Diego Kolling, mas não tinha sido atendido em seus
interesses.
Motivação - “O Ricardo apoiou à candidatura de ‘Alemão’, e por isso
tinha pretensões, mas não foi atendido. Por meio de uma empresa ‘laranja’ havia
participado de uma licitação para fornecimento de serviço de transporte
escolar, mas o processo acabou sendo revogado pelo prefeito, devido à baixa
proposta apresentada. E, assim, Ricardo veio arquitetar a morte de Alemão”,
explicou o delegado.
“O prefeito morreu porque não compactuou com aqueles que achavam que a
Prefeitura seria aberta. Esse é o tipo de crime de difícil resolução, pois os
que matam, são os que vão chorar com os familiares”, acrescentou. Ele destacou
a importante colaboração do Ministério Público do Estado e também do Poder
Judiciário.
Segundo as investigações, Ricardo Lauria, conhecido como “Ricardo
Chegado”, planejou o crime, executado por Antônio Genival Lima Moura, que
confessou a execução a mando de Ricardo. A arma do crime foi mostrada durante a
coletiva. Sérgio, Wesley e Maciel teriam dado apoio logístico à atuação do
pistoleiro, inclusive com o transporte - uma motocicleta já apreendida pela
polícia.