O Pará começa a plantar alimentos
biofortificados, que são variedades de batata doce, feijão caupi, mandioca e
milho, com maior teor de ferro, zinco e vitamina A. O objetivo da ação é
melhorar a dieta da população paraense, especialmente a mais carente.
Os primeiros agricultores familiares do
Estado a receber treinamento da Embrapa para o cultivo desses produtos são dos
municípios de Bujarú, Capanema e São Caetano de Odivelas e estarão na sede da
instituição em Belém quinta (24) e sexta (25).
O curso de capacitação em alimentos
biofortificados envolve o preparo de área, de mudas, técnicas de plantio e
colheita. No Brasil pesquisadores de 15 Unidades da Embrapa trabalham na Rede
BioFORT visando a segurança nutricional da população brasileira, tendo o foco direcionado
aos alimentos básicos como arroz, feijão, feijão-caupi, mandioca, batata-doce,
milho, abóbora e trigo.
A Embrapa já lançou oito cultivares
biofortificadas de com maior teor de vitamina A, ferro, zinco e carotenoides,
como o betacaroteno. Para se ter uma ideia, a batata doce biofortificada tem
115 microgramas (µg) de betacaroteno por grama de raízes frescas enquanto que a
convencional tem 10 µg; o milho biofortificado tem o dobro de vitamina A que o
convencional; já o feijão caupi biofortificado tem 77 mg de ferro por kilo e o
convencional tem 50 mg.
Alimentos biofortificados não são
transgênicos. O processo de biofortificação é feito por meio da seleção e
cruzamento de plantas da mesma espécie, gerando cultivares mais nutritivas.
De acordo com dados da Rede Biofort – um
conjunto de projetos na área coordenados pela Embrapa, as deficiências de ferro
e vitaminas, são as formas mais comuns de má nutrição com consequências na
saúde pública. No Brasil cerca de 50 % das crianças em idade escolar sofrem de
algum tipo de deficiência em ferro, assim como, a anemia afeta também gestantes
e nutrizes das populações carentes.