Livro sobre compositor Carlos Gomes será lançado no Festival de Ópera


Historiador Jorge Alves de Lima - Foto divulgação

O historiador Jorge Alves de Lima, natural de Campinas (SP), lançará nesta terça-feira (19), às 19h, o segundo volume do livro “Carlos Gomes, uma nova estrela - Sou e serei sempre Tonico de Campinas e Brasil”, durante a programação do XVI Festival de Ópera do Theatro da Paz. O autor, que veio a Belém ano passado para pesquisar sobre a passagem do ilustre compositor brasileiro pela capital paraense, faz questão de lançar sua obra junto ao evento que celebra a música erudita no estado, tanto que rm 2016 ele trouxe o primeiro volume para ser lançado aqui também. As duas publicações estarão disponíveis ao público no hall do teatro.

As obras fazem parte de um conjunto de quatro volumes que contam a história de Antônio Carlos Gomes, nascido em Campinas em 1836 e falecido em Belém em 1896, e que teve próspera carreira musical, sendo o mais importante compositor de ópera do país e o primeiro compositor brasileiro a ter obras apresentadas no Teatro alla Scala, em Milão, considerado o templo do gênero artístico. No primeiro volume, o autor inicia a escrita com a chegada de Carlos Gomes à Belém e daí elabora estilo narrativo em tom memorialístico, como se o próprio compositor narrasse sua vida, além de trechos do autor.
A primeira obra inicia em maio de 1896 e vai até sua morte em setembro do mesmo ano, período que Tonico, já muito debilitado, ficou na capital paraense. Sem ordem cronológica, o segundo volume retoma esse período, mas para contar os momentos finais da vida de Tonico - como era carinhosamente chamado pelos que o rodeavam. O autor, que se debruçou 20 anos em pesquisas documentais, entre registros oficiais, jornais e entrevistas, é também um grande admirador do compositor e empenhou-se em contar essa história em detalhes, a partir de fatos e cenários de suas preferências e andanças pelo Brasil e pela Europa.

Jorge Alves de Lima diz que Tonico não era somente muito conhecido, mas sobretudo amado pelo público paraense. Em um dos trechos do segundo volume ele descreve a morte e o enterro do compositor. "O que aconteceu na época foi algo extraordinário. Havia um jornal, A Província do Pará, que tinha como intendente Antônio Lemos, que era grande amigo de Carlos Gomes. E quando ele soube que o compositor entrou em agonia, um repórter foi designado para cobrir as suas últimas horas. E descobri essa reportagem e a transcrevo no meu livro. Então, você lê como se fosse um filme, por conta dessa reportagem. Até os movimentos de dor dele são apresentados com detalhes", diz o autor.

Além da morte, o historiador também detalha o cortejo fúnebre, com o traslado do corpo a partir de quando começou a ser velado na Academia Paraense de Letras até a capela do Cemitério da Soledade, no centro da cidade. "Foi a maior manifestação do povo paraense a alguém. Naquele ano, esse cortejo teve mais gente que o Círio. E o corpo do compositor ficou até o dia 8 de outubro de 1896, a pedido do governo paraense. Até que o governo de São Paulo enviou um navio de guerra para transportar o corpo até lá", comenta Jorge Alves de Lima.

PROGRAMAÇÃO - XVI FESTIVAL DE ÓPERA DO THEATRO DA PAZ
19/09
19h - Lançamento do livro “Carlos Gomes, uma nova estrela: Sou e serei sempre Tonico de Campinas e Brasil”, de Jorge Alves de Lima
20h - Ópera Don Giovanni, de Mozart (ingressos esgotados)
23/09
20h - Concerto de encerramento, em frente ao Theatro da Paz
Informações: 4009-8750/98107-8710



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