Mais de 40 profissionais que
atuam nas Unidades Básicas de Saúde de Belém estão sendo aperfeiçoados para a
melhor aplicação da caderneta de saúde do idoso, implantada em todo o país pelo
Ministério da Saúde. A capacitação está sendo realizada pela equipe técnica da
coordenação de Saúde do Idoso da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Pará)
até esta quarta-feira, 31, na Faculdade Integral Brasil Amazônia (Fibra).
Em sua terceira versão, a caderneta
requer a contínua qualificação dos profissionais de saúde da atenção básica
para melhor acompanhamento do paciente idoso, conforme explica Valdinéa Coelho
de Almeida, coordenadora de saúde do idoso da Sespa: “A nova edição da
caderneta possibilita o registro e o acompanhamento, pelo período de cinco
anos, de informações gerais sobre a pessoa que possui mais de 60 anos,
contribuindo para tenha um atendimento criterioso nas Unidades de Saúde. Ao
mesmo tempo isso repercute na melhoria de ações que visam identificar as
principais vulnerabilidades desse público e oferecer as orientações mais
práticas possíveis de autocuidado”.
Além desses elementos, a
caderneta registra informações sobre dados pessoais, sociais e familiares, os
hábitos de vida e outras condições que viabilizam o reconhecimento do grau de
vulnerabilidade do idoso. Nesse sentido, a Sespa vem intensificando
treinamentos contínuos na capital e no interior do Estado para a melhor
aplicação do documento, mas sobretudo norteando as atividades a partir de
elementos que estão contidos na Política Nacional de Saúde do Idoso (Portaria
2528) a partir da lógica de fortalecimento da Rede de Atenção à Saúde, como
forma de promover um tratamento aos idosos que vá além da doença, ou seja, que
reúna outros elementos do quadro clínico, como a existência de alguma
dificuldade que reduza sua autonomia, os hábitos alimentares e físicos e o
contexto social do paciente.
Segundo Valdinéa, essa estratégia
responde aos novos rumos das estatísticas demográficas da população brasileira,
que está envelhecendo, sobretudo se forem levados em conta os mais recentes
dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), cujos resultados
atestaram a existência de 29,3 milhões de idosos no país, o que representa 14,3%
da população. A estimativa é que, até 2030, esse universo chegue a 41,5
milhões, o equivalente a 18% dos brasileiros. No Pará a população total é de
7.822.205 pessoas, segundo o Datasus 2012, das quais 692.876 são maiores de 60
anos, que equivalem a quase 10% da população total.
Atendimento no SUS
A população idosa no Pará tem
acesso aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) por meio da Atenção Básica
– Estratégia Saúde da Família, Unidades Básicas de Saúde, Unidades de Urgência
e Emergência e Núcleos de Apoio à Saúde da Família, que devem referenciar essas
pessoas aos demais níveis de complexidade, como ambulatórios de especialidades,
serviços de atenção domiciliar, pólos de dispensação de medicação para
Alzheimer e Parkinson e rede hospitalar.
Entre as ações executadas pela
Sespa, estão as capacitações para a distribuição correta da nova Caderneta de
Saúde da Pessoa Idosa e ações de assessoria técnica aos municípios na
implantação dos serviços de atenção domiciliar, como o Programa Melhor em Casa,
desenvolvido pelo Ministério da Saúde.