A segurança de pacientes como Rosivaldo avaliada através da ferramenta InQuality |
Manter
as grades da cama levantadas para evitar o risco de queda. O usuário Rosivaldo
Batista Pimentel, 19 anos, já tem decorada a orientação, que é dada
periodicamente pela técnica de enfermagem do Núcleo de Qualidade e Segurança do
Paciente (NQSP) do Hospital Regional Público da Transamazônica (HRPT),
Rosângela Souto, durante suas visitas.
O
paciente, internado desde o dia 12 de dezembro de 2017 na unidade de Altamira,
no sudoeste do Pará, sofreu um acidente enquanto trabalhava na roça, e teve seu
pé direito atingido por uma lâmina. Enquanto ele se recupera, o cuidado com sua
segurança é fundamental, para evitar uma batida no pé machucado, em caso de uma
queda, por exemplo. Por isso, Rosivaldo procura cumprir tudo que é passado pela
técnica.
“Ela
vem praticamente todo dia com a gente. Há essa preocupação com a nossa
segurança, somos bem orientados. Ela verifica se a grade está levantada, se o
acesso está correto, se estou sendo bem atendido aqui. Tudo o que é me passado,
procuro cumprir, faço o máximo possível”, ressaltou.
A
colaboradora faz, diariamente, o monitoramento de como as práticas de segurança
do paciente estão funcionando nos setores da unidade. Antigamente, ela visitava
cada setor e preenchia um questionário a mão, de acordo com o observado. Mas
desde setembro do ano passado, Rosângela leva consigo um tablet e preenche os
dados por meio de uma ferramenta digital: o InQuality.
“Percebi
uma melhora significativa pela praticidade do programa, que aumenta as demandas
de busca ativa e diminui o tempo de realização do monitoramento nos setores”,
analisou a técnica de enfermagem. Com a ferramenta, o NQSP monitora a situação
de um número significativamente maior de pacientes e disponibiliza a informação
sobre o cumprimento das metas aos setores diariamente, permitindo ampliar a
resolutividade e melhoria contínua da gestão.
A
iniciativa faz parte do compromisso da Pró-Saúde, enquanto administradora do
HRPT, sob contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde Pública
(Sespa), em atuar de modo transparente, ágil, primando pela qualidade, economia
e segurança do paciente.
Cultura
de qualidade
O NQSP
da Pró-Saúde, localizado na Sede Administrativa em São Paulo, repassa às
unidades as diretrizes e protocolos de segurança, para assim, criar nos hospitais
gerenciados uma cultura de excelência, na qual o usuário é o maior beneficiado.
Para isso, cada unidade possui o seu NQSP local, que é responsável por
acompanhar a situação dos pacientes e o cumprimento dos protocolos de segurança
nos setores assistenciais.
Antes
do InQuality, este acompanhamento no HRPT era feito manualmente, através do
preenchimento de fichas pela técnica de enfermagem do setor. Agora, a
colaboradora faz as visitas aos leitos e preenche os dados em um sistema por
meio de um tablet. Todas as informações colhidas são enviadas ao gerente do
Núcleo, que aciona, por e-mail, os coordenadores em caso de um número baixo na
adesão às práticas de controle em determinado setor – atualmente se entende
como baixa adesão toda a prática que não alcançou, no mínimo, 80% de
cumprimento.
“Antigamente
essa coleta de dados era feita manualmente, em uma amostra muito pequena. Isso
sem falar que demorava uns 20 ou 30 dias para que o coordenador pudesse ter
acesso e começasse a trabalhar para mudar um quadro de baixa adesão. Hoje
aumentamos a amostra e damos a resposta imediata ao coordenador em caso de
baixa adesão da prática. Ao fim do dia, ele sabe como as unidades se saíram
frente aos questionários”, explicou o gerente do NSQP, Daniel Johann.
O
sistema foi projetado pelo setor de Tecnologia de Informação, seguindo as
diretrizes corporativas do NQSP Corporativo da Sede Administrativa da
Pró-Saúde, e trabalha a partir dos cadastros de pacientes internados, que é
atualizado diariamente. A ferramenta possui três etapas: a importação dos dados
cadastrais para o tablet, a aplicação da ferramenta nas unidades assistenciais,
e por fim, a sincronização com o sistema.
“Ele
foi pensado no início de 2017, pouco depois do planejamento estratégico. Foram
dois meses de projeto mais três de desenvolvimento do sistema na TI e no início
de setembro começamos a utilizar a ferramenta, em fase de testes. Em outubro, o
programa já foi estabelecido como principal fonte de dados. O sistema vai
chegar num nível de maturidade em breve no qual será possível analisar a
situação de 100% dos pacientes internados”, destacou o analista de sistema do
HRPT, Felipe Johann.
Sustentabilidade
Além
de ampliar o alcance e a precisão do monitoramento de segurança do paciente, o
programa também permite a diminuição considerável do consumo de papel, que era
gasto com os questionários.
Agora,
todo o processo é realizado por meio digital, tanto a coleta dos dados quanto
sua tabulação, o que também permite a otimização do tempo no NSQP. Com mais
rapidez no processo, os colaboradores do setor ganham mais tempo para se
dedicar a outras demandas. A política ambiental é, também, um dos alicerces da
Pró-Saúde.
Metas
e protocolos
Desde
2013, o Ministério da Saúde instituiu a obrigatoriedade do cumprimento das Seis
Metas Internacionais de Segurança do Paciente, estabelecidas pela Organização
Mundial de Saúde (OMS). São elas: Identificação correta do paciente;
Comunicação Efetiva; Controle de Medicamentos; Assegurar a cirurgia em local de
intervenção, procedimento e pacientes corretos; Higienização das Mãos; e
Redução do risco de quedas e lesão por pressão.
Para
garantir o cumprimento destas metas, o HRPT utiliza protocolos de segurança do
paciente. O InQuality trabalha, atualmente, com dois protocolos relacionados à
Meta 6: o risco de queda e o risco de lesão por pressão. Além dos protocolos
relacionados às Metas Internacionais, outro protocolo avaliado pela ferramenta
é o risco de flebite, que é uma inflamação nas veias.