Em razão da saída de Jorge
Bittencourt, que assumiu a gestão do Centro Regional de Governo do Sudeste do
Pará, com sede político-administrativa em Marabá, a Fundação Pro Paz tem como
nova presidente a pedagoga Mônica Altman Ferreira Lima. Com uma trajetória de
30 anos no serviço público, tendo atuado em diversos órgãos do governo, ela
integra desde 2004 o quadro do programa Pro Paz, antes mesmo de se tornar
Fundação, no ano seguinte. Já foi coordenadora do Pro Paz Escola, facilitadora
do Movimento pela Valorização do Estatuto da Criança e do Adolescente
(Mover/Egepa) e assume o cargo de presidente com a missão de dar continuidade
ao trabalho que vem sendo desenvolvido nos últimos três anos.
“É uma responsabilidade enorme
assumir a presidência da Fundação Pro Paz, pois o nosso trabalho é reconhecido
nacional e internacionalmente. Mas, sobretudo, me sinto privilegiada por levar
adiante essa missão institucional, garantindo a manutenção de todos os serviços
que vem sendo ofertados, estreitando a relação com a comunidade e trabalhando
em prol dos direitos dos paraenses. O nosso desafio o é fortalecer a cultura de
paz, promover a integração entre os atores sociais e fortalecer as parcerias”,
declara.
À frente do Pro Paz desde 2015,
Jorge Bittencourt ampliou os serviços e programas da Fundação, que ganhou novas
frentes de atuação como o Pro Paz Cidadania, Pro Paz Escola, Pro Paz nos
Bairros, Pro Paz Integrado, Pro Paz Juventude, Pro Paz Diversidade, Mover e as
ações integradas com a rede de promoção e proteção social do Estado nas UIPPs.
O Pro Paz ganhou status de
entidade da administração direta, vinculada diretamente ao Gabinete do
Governador, amparado na Lei nº 8.097, de 1º de janeiro de 2015. Muito antes
disso, ainda em 2011, Jorge Bittencourt já atuava como coordenador geral e
assessor especial do programa. Deixar a Fundação, diz ele, foi uma decisão
difícil, mas que acatada com a sensação do dever cumprido. "Me despeço da
Fundação Pro Paz com uma certa tristeza, sim, pois somos uma grande família,
que trabalha com muito amor para levar a cultura de paz e as políticas públicas
a quem mais precisa. Porém, me despeço com orgulho pelas conquistas que tivemos
ao longo desses anos, em que muitas pessoas, das mais diversas partes desse
estado, foram acolhidas, encaminhadas, resgatadas. Gente que viu a mudança
acontecer”, afirmou.
Cidadania, segurança e
acolhimento
De 2015 a 2017, o Pro Paz
Cidadania fez mais de dois milhões de atendimentos em todo o Pará, beneficiando
cidadãos de aproximadamente 130 municípios do estado, levando mais dignidade à
população, incluindo as tradicionais.
De 2004 a 2017, o Pro Paz
Integrado inaugurou nove unidades, a primeira dela na Santa Casa de
Misericórdia, em Belém. Posteriormemente, o serviço foi levado ao interior,
contemplando os municípios de Santarém, Bragança, Paragominas, Tucuruí,
Altamira e Breves. Nos últimos três anos, o PPI já atendeu 49.455 mulheres,
crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual ou violência doméstica, sendo
que só em 2017 esses casos somaram 9.437.
O programa é o primeiro no Brasil
(desde 2004) a manter protocolos de atendimento próprios e específicos,
diminuindo a revitimização das pessoas e tratando-as de forma humanizada. É
reconhecido pela ONG internacional Childhood, que atua na prevenção da
violência sexual contra crianças e adolescentes, assegurando a proteção dessa
vítimas contra a revitimização decorrente de processos judiciais, como prática
de referência e pioneira no país.
Atendimentos direcionados à
comunidade
De 2015 a 2017 o Pro Paz nos
Bairros atendeu um total de seis mil crianças, com os mais diversos tipos de
atividades esportivas, culturais e atendimento psicossocial. O trabalho
desenvolvido nas UIPP’s do Distrito Industrial, Terra Firme e Santarenzinho, de
2015 a 2017, resultou em quase 25 mil atendimentos, entre emissões de
documentos, assistência psicossocial, oficinas de capacitação para a comunidade
e atividades esportivas e de recreação voltadas para crianças.
Como reconhecimento
internacional, o Pro Paz nos Bairros ganhou destaque no 13º Congresso das
Nações Unidas sobre Prevenção ao Crime e Justiça Criminal, realizado em abril
de 2015, em Doha, capital do Catar, quando políticos e especialistas do mundo
todo se uniram à Organização das Nações Unidas (ONU) e outras organizações
intergovernamentais e não governamentais para traçar um novo curso para a
prevenção de crimes e o fortalecimento do Estado de Direito em apoio ao
desenvolvimento sustentável.
Os programas da Fundação Pro Paz,
com destaque para o Pro Paz nos Bairros, ganharam sete páginas de avaliação no
relatório do Congresso. A Fundação Pro Paz é
reconhecida pela ONU como uma das experiências mais positivas de
prevenção à criminalidade no mundo.
Respeito à diversidade
Em 2016 foi criado o Pro Paz
Diversidade, atuando em prol da valorização da dignidade LGBTQ. Um dos
primeiros casos de atendimento foi o da travesti Emilly Andrade, de 16 anos,
que foi agredida por um taxista de uma cooperativa de Belém. A partir daí, o programa
passou a atender outras adolescentes no abrigo Ronaldo Araújo. Até hoje, Emilly
ainda tem acompanhamento de profissionais da equipe do Diversidade.
Em 2017 o serviço foi ampliado e
passou a oferecer o benefício do Cheque Moradias também à população LGBT, além
de cursos profissionalizantes, palestras, workshops e seminários sobre
dignidade e respeito LGBTQ, totalizando, só no último ano, 22.268 pessoas
atendidas. A partir da realização das caravanas do Pro Paz Cidadania, a
Fundação promoveu a descentralização do serviço de emissão da carteira de nome
social. Já no começo deste ano foi implantada, em Santarém, a primeira unidade
do Pro Paz Diversidade na região do Baixo Amazonas.