Nesta quinta-feira, 26, o Rebocador de Alto-Mar (RbAM) “Almirante Guilhem” vai deixar o
serviço ativo da Marinha do Brasil. A cerimônia de Mostra de Desamamento, que
encerra ou interrompe a vida militar de um navio por motivo de baixa definitiva
ou temporária, vai ser realizada na Base Naval de Val de Cães, em Belém-PA, no
dia 26 de julho às 10h e presidida pelo Chefe do Estado-Maior da Armada,
Almirante de Esquadra Ilques Barbosa Junior.
Durante
os 37 anos que pertenceu à Marinha do Brasil, o RbAM “Almirante Guilhem”
realizou 2.150 dias de mar e navegou 284.616 milhas náuticas. Neste período, 35
Oficiais exerceram o cargo de Comandante do Navio. Atualmente, o Capitão de Corveta
Daniel Thomaz Moraes está no comando do RbAM “Almirante Guilhem”.
O
Navio foi incorporado à Marinha do Brasil em 22 de janeiro de 1981,
inicialmente sob a subordinação do Comando do 3º Distrito Naval, sediado na
cidade de Natal-RN. Em novembro de 2003, o Comando do 4º Distrito Naval, em
Belém-PA, assumiu a subordinação do Rebocador.
Comissões
em destaque:
Em
1980, ainda durante as tratativas para incorporar à nossa Marinha, o Navio
“Superpesa IV”, como era denominado na época, participou do desencalhe do Navio
Hidrográfico “Taurus”, que se encontrava encalhado nas proximidades de
Paracuru-CE. Já em 1988, realizou o exercício de reboque com ex-Navio Aeródromo
Ligeiro "Minas Gerais".
Na
década dos anos de 1990, esteve presente na Operação África 91, visitando os
portos de Dakar (Senegal), Abdijan (Costa do Marfim), Praia (Cabo Verde) e Ilha
de Ascenção (pertencente à Grã Bretanha).
Conduziu a primeira operação aérea em 1996, o que permitiu flexibilizar
ainda mais a operação dos navios do Comando do Grupamento de Patrulha Naval do
Nordeste com as aeronaves da Força Aeronaval.
Em
2006, o RbAM “Almirante Guilhem” participou da Operação Tucunaré nos Estados do
Pará e Amapá sob a coordenação do Ministério da Defesa, integrando a Força
Naval Marajó. Em 2010, o Navio realizou o desencalhe do Navio Mercante
"Hellenic Sea", que estava encalhado há 28 dias no Rio Amazonas,
próximo à Prainha-PA, representando risco ambiental.
Em 28
de maio a 11 de junho deste ano, o RbAM “Almirante Guilhem” teve como última
comissão operativa a Patrulha Naval Baía das Bocas em comemoração ao 153°
aniversário da Batalha Naval do Riachuelo. Na ocasião, foi realizado um
exercício de reboque com o Navio Patrulha “Bocaina”, demonstrando que se
manteve em condições operativas até poucos dias antes da data da
desincorporação. Ainda vale ressaltar que em 37 anos de serviços, o Navio foi
uma importante ferramenta de apoio logístico móvel para os meios navais e
também de apoio aos Arquipélagos de Fernando de Noronha-PE e São Pedro e São
Paulo-PE.
Reconhecimento:
- Nos anos de 1982, 1983, 1984, 1988, 1989,
1990, 1991, 1995, 1998, 1999, 2002, 2008, 2010 e 2015: Prêmio de “Navio de Socorro Distrital”.
- Nos anos de 1983, 1990, 1995, 1998, 2002 e
2003: Prêmio de “Navio de Socorro do Ano”. Em 2015, também ganhou o mesmo
título após realizar o reboque do ex-Navio de Desembarque Doca “Ceará” da
cidade de Belém-PA para o Estado do Rio de Janeiro. Na época, as condições
climáticas adversas causaram redução na velocidade, prolongando o período de
deslocamento para 27 dias ininterruptos e colocando à prova o material, a
preparação e o adestramento do pessoal.
- Em 2016:
Medalha Mérito Tamandaré concedida pelo Comandante da Marinha, Almirante
de Esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira.
Recebimento
de outro Navio:
Em
contrapartida, o Comando do 4° Distrito Naval (Com4ºDN) vai receber, em breve,
o Navio de Apoio Oceânico “Iguatemi” que é um navio moderno, com muitos
recursos e apto para realizar apoio logístico móvel, patrulha e inspeção naval,
busca e salvamento e minagem. Será um grande incremento operativo para a
Marinha na área de jurisdição do Com4ºDN.