O Bar do Parque, um dos mais
emblemáticos cartões postais de Belém, está de volta às suas atividades.
Localizado na Praça da República, no coração da área central da capital
paraense, o bar foi reaberto à população na última quinta-feira, 9, depois de
fechado por cerca de dois anos, quando a praça, como um todo, passou por uma
cuidadosa obra de restauração, orquestrada pela Prefeitura de Belém, por meio
da Secretaria de Urbanismo (Seurb).
O bar, assim como as obras na praça da
República, foi entregue em novembro do ano passado, mas desde outubro do mesmo
ano, a movimentação em torno da permissão de uso do bar, por meio de uma
licitação pública, já havia começado.
Ao Pregão Presencial de número 084/2017,
promovido pela Comissão de Licitação da Prefeitura Municipal de Belém,
compareceram três empresas, sendo que, após três rodadas de lances, respeitando
sempre a maior oferta, até o limite de R$ 8.300,00 lançado pela vencedora, foi
escolhida a empresa Rockfeller Barbearia Ltda. ME, de propriedade de Diogo
Azevedo e Fauzy Gorayeb. O contrato de aluguel será reajustado anualmente,
conforme prevê a Lei.
Contrato - O contrato de permissão do
Bar do Parque tem o prazo de cinco anos, que pode ser prorrogado por mais
cinco. Ao final dos primeiros cinco anos, será feita uma análise e será
deliberado se haverá prorrogação do contrato ou não. Em caso negativo, é
prevista uma nova licitação.
A proposta da empresa Rockfeller Barbearia
Ltda. ME foi analisada pela banca e foi confirmada a habilitação da empresa, de
acordo com as determinações do edital.
O edital prevê deveres ao vencedor do
pregão. Um dos mais avançados aponta para que a empresa promova a coleta
seletiva do material reciclável descartado no bar, que deverá ser
comercializado com cooperativas de catadores locais, como prevê a Política
Nacional de Resíduos Sólidos.
Desde que foi declarada vencedora do
pregão, a empresa Rockfeller iniciou as obras para se adequar ao que o edital
prevê no momento da ocupação.
Um dos proprietários, Fauzy Gorayeb,
explica que são muitos itens previstos do edital, mas que a empresa conseguiu
atender a todos.
“Estamos seguindo, à risca, o edital, e
segundo esse documento, iremos funcionar, de terça-feira a domingo, das 7 horas
à meia noite, podendo estender esse horário até 2 horas. Às segundas-feiras,
estaremos fechados”, explicou Gorayeb.
Ainda segundo o edital, o cardápio
oferecido no local deve ter itens que privilegiem os produtos oriundos do
estado do Pará. Dessa forma, há na carta de drinques bebidas à base cumaru,
cacau da ilha do Combu e cachaça de jambu, por exemplo.
Além disso, a segurança é assegurada por
empresa particular e, às proximidades, fica o posto fixo da Guarda Municipal de
Belém, na praça da República.
“O que estamos vendo aqui é que as
pessoas querem estar de volta ao Bar do Parque, porque têm um carinho especial
pelo local, mas tinham receio de ver como o bar ficou e se afastaram,
principalmente, por conta da violência. Isso mudou e asseguramos que o Bar do
Parque é um local seguro, e estamos comprovando isso com a volta de antigos
frequentadores a ele”, destacou Gorayeb.
Investimentos - A Prefeitura de Belém
entregou à empresa vencedora da licitação o famoso quiosque do Bar do Parque,
seu entorno e subsolo, com todas as reformas completas e necessárias.
“Depois que recebemos o prédio,
começamos a providenciar as obras complementares. Foi feito um projeto
arquitetônico, que passou por aprovação nos órgãos de patrimônio histórico, nas
três instâncias. Mudanças sugeridas foram feitas, mas sempre nos adequando ao
que o edital previa. Foram investidos cerca de R$ 800 mil em obras
complementares, equipamentos e capacitação de nossos funcionários. Temos uma
cozinha industrial completa, mobília nova e estamos gerando 50 novos empregos
diretos. Temos atendentes homens e mulheres, alguns deles, bilíngues”, detalha
Fauzy.
Empregos - Muito sorridente, Ana
Carolina Raposo, de 20 anos, comemora seu primeiro emprego como atendente no
Bar do Parque. “Eu estou muito feliz em estar trabalhando aqui. Ter esse tipo
de emprego era um sonho meu. A cada dia que chego aqui tem uma novidade. É
diferente, porque as pessoas que estão trabalhando juntas, aqui, são diferentes
entre si, mas estão com o mesmo objetivo que o trabalho dê muito certo. E é
mais diferente ainda, porque aqui está sempre cheio de gente e temos a
oportunidade de conhecer muitas pessoas”, enfatizou Ana Carolina.
Uma das preocupações da empresa
Rockfeller é que o bar não perdesse a essência de como era antes da reforma.
Por isso, os proprietários empenharam esforços em encontrar antigos garçons do
Bar do Parque para que eles passassem a trabalhar novamente no local.
Um dos garçons que voltou a trabalhar no
Bar do Parque é Raimundo Carlos, o Rai, de 49 anos. Ele começou no local em
1986, aos 18 anos, onde ficou por cerca de 30 anos. Rai disse que voltar ao Bar
do Parque está sendo uma imensa felicidade.
“Meu primeiro emprego foi aqui no Bar do
Parque. Foram anos e anos trabalhando aqui. Eu acredito que essa oportunidade
de voltar a trabalhar onde comecei foi uma das melhores coisas da minha vida. E
recomeçar aqui é uma chance maravilhosa. Todos nós recebemos treinamento, foi
uma reciclagem longa, mas bem proveitosa”, contou Rai.
Sentado em uma das mesas do Bar do
Parque, cercado de amigos, o aposentado Guilherme Coelho, celebrava a volta de
seu bar “do coração”. Ele mora no famoso edifício Manoel Pinto da Silva, que fica
às proximidades. “Meu avô e meu pai frequentaram o Bar do Parque e eu os segui
nesse costume. Há muitos e muitos anos, que frequento este bar. Acompanhei
muitas fases dele, desde aquelas mais ‘censuradas’ até outras mais tristes e o
fechamento para obras. Mas posso dizer que agora está bem melhor. E ponha
melhor nisso”, comemorou a aposentado.
O Bar do Parque segue o atendimento de
como era antes da reforma. Quem quiser pode ser atendido, em pé, no balcão do
quiosque. As mesas e cadeiras da plataforma continuam à disposição de todos,
assim como as mesas na lateral dessa plataforma.
O bar, agora, oferece café da manhã, com
as tradicionais tapioquinhas paraenses; almoço, com pratos à la carte e almoço
executivo; e happy hour, com chopps, cervejas paraenses, sucos regionais e
drinques, além de muitos petiscos, como a famosa unha de caranguejo.
* Colaboração Ascom/Prefeitura Belém