Juiz Homero Lamarão Neto lança publicação nesta quarta

Juiz Homero Lamarão - Foto: Ascom/TJPA

As demandas judiciais relacionadas a medicamentos, insumos, tratamentos, cirurgias ou todo e qualquer serviço não assegurado pelo Sistema Único de Saúde já somam em torno de 1 bilhão de reais e um total superior a 1,3 milhão de ações judiciais em todo o País, no período entre 2011 e 2017, segundo o Conselho Nacional de Justiça – CNJ.

Coordenador do Comitê Interinstitucional de Resolução Administrativa de Demandas de Saúde (CIRADS), no âmbito do Tribunal de Justiça do Pará, o juiz Homero Lamarão Neto lança no próximo dia 19, o livro “Judicialização da Saúde – o indivíduo e a sociedade de cooperação”, versão comercial da tese de doutorado que ele defendeu em 2017, na Universidade Federal do Pará.

O livro trata sobre os critérios do Judiciário do País para deferir ou não essas demandas, no âmbito do fenômeno que se convencionou denominar judicialização da saúde.

O acesso aos serviços de saúde no Brasil ainda está muito aquém do mínimo que seria razoável, tornando a judicialização em matéria de prestações de saúde tão comum, observa o professor Doutor em Direito das Relações Sociais pela PUC/AS, José  Cláudio de Brito Filho, no prefácio da publicação. “E não é, em sua larga maioria – como, ao contrário, às vezes é erroneamente propagado -, para buscar tratamento e/ou medicamentos de alto custo. Não é, principalmente, para exigir o que o próprio Poder Público propõe-se a oferecer, mas não oferece. São demandas para obter internação, para a realização de cirurgias de baixa ou média complexidade, até para obter medicamentos que teoricamente estão disponíveis, como os componentes básicos de assistência farmacêutica, em suma, para ter o mínimo e que deveria estar à disposição, não fosse o serviço tão confuso porque mal organizado, não fosse o serviço prestado tão abaixo do que deveria”, acrescenta o professor José Cláudio, que orientou o autor nos cursos de mestrado e doutorado na UFPA. 

O livro, segundo o juiz Home Lamarão, trata sobre como o Judiciário analisa e decide se defere ou não essas demandas, e faz um prognóstico da situação para os próximos 20, 30 anos.

“É importante a gente dizer uma coisa: o Conselho nacional de Justiça (CNJ) chamou para si, desde 2009, a responsabilidade de tentar organizar o funcionamento do Poder Judiciário para enfrentar o fenômeno da judicialização da saúde”, assinala o juiz, ao citar a Resolução 107 do CNJ, que determina a todos os tribunais brasileiros a tarefa de organizar frentes de atuação para dinamizar e otimizar a atuação jurisdicional diante dessa questão.

“Todos os estados são obrigados a ter em funcionamento o comitê estadual de saúde. Esse comitê é plural, com participação das justiças estadual e federal, Ministério Público estadual e federal, Defensorias, OAB, secretarias estaduais e municipais de saúde, representantes de planos de saúde, representantes de usuários do sistema de saúde. Esses comitês procuram avaliar o cenário da judicialização, que é muito particular em cada estado”, observa o juiz.

Data: 19 de setembro, no Salão Nobre do TJPA, na Av. Almirante Barroso, 3089

Hora: 11H às 15h

Related Posts: