Este ano, na capital paraense, técnicos
da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) estarão promovendo neste
sábado, 1º de dezembro, a “Caminhada pela Vida”, com saída às 8h, da escadinha
ao lado da Estação das Docas, na Avenida Presidente Vargas com Castilho França,
em direção à Praça Santuário de Nazaré.
Os primeiros 500 participantes da
caminhada poderão adquirir uma camisa alusiva à caminhada se levarem dois
quilos de alimento ao local de saída do evento, cujos organizadores estarão a
postos a partir das 7 horas. “Não se trata apenas de informar às pessoas sobre
os sintomas, perigos e formas de se prevenir da doença: o Dia Mundial de Luta
contra a Aids também tem a função de auxiliar no combate contra o preconceito
que os portadores de HIV – vírus humano de imunodeficiência – sofrem na
sociedade por causa da doença”, explica a coordenadora estadual de IST/Aids da
Sespa, Deborah Crespo.
Em 2018, entre os meses de janeiro e
julho, 697 adultos e seis crianças foram diagnosticados com o vírus HIV no Pará
e já estão em tratamento. Ainda nos primeiros sete meses deste ano, 307 adultos
e quatro crianças desenvolveram os sintomas da Aids.
No decorrer do ano passado, 1.797
adultos e 15 crianças foram diagnosticados com o vírus HIV e iniciaram
tratamento pelo SUS no Pará. No mesmo período, outros 798 adultos e 14 crianças
manifestaram os sintomas da Aids, composta por um quadro de enfermidades
ocasionadas pela perda das células de defesa em decorrência da infecção pelo
vírus HIV.
Segundo dados do Sistema de Informações
Hospitalares do SUS (SIH/SUS), só nos primeiros quatro meses (janeiro,
fevereiro, março e abril) deste ano, 353 pacientes, dos quais 170 mulheres,
precisaram ser internados para conter o avanço das sequelas da Aids em
hospitais de média e alta complexidade no Pará. Estes fazem parte do universo
de aproximadamente 10 mil pessoas, entre adultos e crianças, que fazem
tratamento para HIV/Aids no Pará por meio de uma rede de serviço própria para o
trabalho de prevenção e para o monitoramento dos pacientes soropositivos.
Em relação ao número de óbitos, no
período de 2014 a 2017 houve uma redução de mais de 4,8% no coeficiente de
mortalidade no Pará, que passou de 8,2 para 7,8 óbitos por 100 mil habitantes.
Essa redução de mortes por Aids foi certificada pelo Ministério da Saúde, no
dia 27 de novembro de 2018, por ocasião do lançamento da mobilização nacional
em alusão do Dia Internacional de Combate à Aids.
Tratamento
Ao todo, estão disponíveis no Pará 74
Centros de Testagens e Acolhimento (CTAs). A ampliação desses serviços depende
das gestões municipais e, nesse caso, o governo estadual trabalha como um
articulador e um facilitador, além de discutir as estratégias que serão usadas
na prevenção da doença, por meio de treinamento de profissionais das unidades
municipais que atuarão diretamente com o paciente.
Desde o primeiro semestre deste ano, uma
nova estratégia de prevenção a contaminação pelo vírus da Aids passou a ser
oferecida na rede pública de saúde do Pará, a começar por Belém: a profilaxia
pré-exposição, conhecida como PrEP, baseada no uso de medicamentos
antirretrovirais (ARV) e com chances de prevenir a infecção pelo HIV em até 90%
quando usada de forma correta. O método é indicado para casos específicos dentro
de grupos de vulnerabilidade, possui efeitos colaterais e em nenhum momento
poderá substituir o uso de preservativos.
Conforme agenda do governo federal
anunciada em dezembro de 2017, que já previa a distribuição gradativa às
cidades com mais casos de HIV/Aids, Belém foi incluída na agenda para
recebimento a partir deste segundo semestre de 2018. Assim, a terapia PrEP tem
sido enviada pelo Ministério da Saúde para ser distribuída pela Sespa, a
princípio, pela Unidade de Referência Especializada em Doenças Infecciosas e
Parasitárias Especiais (Uredipe), mantida pela Sespa em Belém, e no Centro de
Atenção à Saúde nas Doenças Infecciosas Adquiridas (Casa Dia), mantido pela
Prefeitura de Belém.
Demais levantamentos da Coordenação
Estadual de IST/Aids, disponíveis na seção “Epidemiologia” na página
(http://aids.saude.pa.gov.br/), indicam que, entre 2014 e julho deste ano,
3.004 pessoas morreram de complicações decorrentes da Aids. Só em 2018, pelo menos até julho, 384 pessoas
foram a óbito por Aids no Pará, na maioria homens, numa proporção que
ultrapassa os 60%.
Os 10 municípios paraenses que
registraram mais mortes acumuladas entre 2014 e julho deste ano foram Belém
(1.083 óbitos), Ananindeua (285), Marabá (124), Santarém (84), Castanhal (70),
Marituba (61), Bragança (60), Itaituba (57), Tucuruí (47) e Paragominas (39).
Em relação às faixas etárias que predominam estar com a infecção no Pará, estão
a que estão entre 20 e 30 anos; 30 e 40 anos e de 50 a 60 anos. No período de
2014 a 2017 houve uma redução de mais de 4,8% no coeficiente de mortalidade no
Pará, que passou de 8,2 para 7,8 óbitos por 100 mil habitantes.
O mais recente boletim epidemiológico de
HIV/Aids emitido pelo Ministério da Saúde, em dezembro do ano passado, mostrou
o ranking das Unidades da Federação (UF) referente às taxas de detecção de
Aids: os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina apresentaram as
maiores taxas, com valores de 34,7 e 31,9 casos por cada 100 mil habitantes.
Nesse relatório, o Pará configurou como o segundo lugar na Região Norte, cuja
liderança de casos é do Amazonas. No ranking nacional, encontra-se em quinto
lugar com valor de 25 casos por cada 100 mil habitantes.