"A Vale não reconhece as declarações feitas à mídia pelo advogado Sergio Bermudes e afirma que seu mandato não o autoriza a dar quaisquer declarações sobre a Vale, seja em nome da empresa, seja para expressar a sua opinião pessoal sobre o tema do rompimento da barragem em Brumadinho (MG).
A Vale volta a ressaltar, de forma enfática, que permanecerá contribuindo com todas as investigações para a apuração dos fatos e que esse é o foco da sua diretoria, juntamente com o apoio incondicional às famílias atingidas. A Vale reitera o compromisso de reparação total dos impactos decorrentes do rompimento.
A Vale atualiza informações sobre o
rompimento da Barragem I da Mina do Córrego de Feijão, ocorrido no início da
tarde de 25 de janeiro de 2019.A Vale volta a ressaltar, de forma enfática, que permanecerá contribuindo com todas as investigações para a apuração dos fatos e que esse é o foco da sua diretoria, juntamente com o apoio incondicional às famílias atingidas. A Vale reitera o compromisso de reparação total dos impactos decorrentes do rompimento.
Sobre a barragem
Até 2015, a Barragem I da Mina Córrego
do Feijão, situada em Brumadinho (MG), recebia rejeitos provenientes da
produção da referida mina. A partir de então, a mesma estava inativa (não
recebia rejeitos), não tinha a presença de lago e não existia nenhum outro tipo
de atividade operacional em andamento. Atualmente, encontrava-se em
desenvolvimento o projeto de descomissionamento da mesma.
A barragem foi construída em 1976, pela
Ferteco Mineração (adquirida pela Vale em 27 de abril de 2001), pelo método de
alteamento a montante. A altura da barragem era de 86 metros, o comprimento da
crista de 720 metros. Os rejeitos dispostos ocupavam uma área de 249,5 mil m2 e
o volume disposto era de 11,7 milhões de m3.
A Barragem I possuía Declarações de
Condição de Estabilidade emitidas pela empresa TUV SUD do Brasil, empresa
internacional especializada em Geotecnia. As Declarações de Condição de
Estabilidade foram emitidas em 13/06/18 e em 26/09/18, referentes aos processos
de Revisão Periódica de Segurança de Barragens e Inspeção Regular de Segurança
de Barragens, respectivamente, conforme determina a portaria DNPM 70.389/2017.
A barragem possuía Fator de Segurança de acordo com as boas práticas mundiais e
acima da referência da Norma Brasileira. Ambas as declarações de estabilidade
mencionadas atestavam a segurança física e hidráulica da barragem.
Sobre outras estruturas da Mina do
Córrego de Feijão
As estruturas de pequeno porte IV e
IV-A, da Mina do Córrego de Feijão, foram atingidas pelo rejeito que vazou da
Barragem I.
A Barragem VI, que contém 843,8 mil m3
de rejeito, passou por inspeção logo após o rompimento da Barragem I e
constatou-se que a estrutura se se manteve dentro dos parâmetros de segurança
exigidos, mesmo após ter sofrido impacto dos rejeitos. A barragem está sendo
monitorada constantemente por dois radares, sendo um deles a cada 3 minutos com
acompanhamento em tempo real.
Por volta das 5h30 deste domingo, as
sirenes de alerta forma acionadas na região da Mina Córrego do Feijão, em
Brumadinho (MG), ao detectar aumento dos níveis de água nos instrumentos que
monitoram a barragem VI. As autoridades foram avisadas e, como medida
preventiva, a comunidade da região foi deslocada para os pontos de encontro
determinados previamente pelo Plano de Emergência. A empresa está realizando a
drenagem da Barragem VI com o uso de bombas, para reduzir a quantidade de água
no reservatório, e o nível de água já retornou aos parâmetros de segurança,
reduzindo o nível de criticidade de 2 para 1. Com isso, as pessoas que haviam
deixado as suas casas já foram autorizadas a retornar e a Defesa Civil já pôde
retomar as buscas por desaparecidos na região.
As Barragens VII e Menezes I e II não
sofreram qualquer impacto.
Sobre a operação da mina
Foram atingidas as instalações de usina,
o terminal de carregamento, as oficinas de manutenção e os prédios
administrativos da mina do Córrego de Feijão, além de bloqueios no acesso
rodoviário da mina até o vilarejo Córrego do Feijão e o acesso da portaria até
o trevo de Alberto Flores.
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente
e Desenvolvimento Sustentável (Semad) lavrou, na noite de sexta-feira (25/1), o
primeiro auto de fiscalização determinando a suspensão imediata de todas as
atividades da mineradora no local, ressalvadas as ações emergenciais. Além
disso, a Semad determinou abertura imediata de um canal onde houve acúmulo de
sedimentos que interrompem o fluxo natural do curso d'agua.
A mina do Córrego de Feijão pertence ao
Complexo de Paraopebas do Sistema Sul e produziu 7,8 Mt em 2017 e 8,5 Mt em
2018, de um total do Complexo de Paraopebas de 26,3 Mt e 27,3 Mt,
respectivamente.
As demais minas e plantas de
processamento do Complexo de Paraopebas não foram atingidas pela onda de
rejeitos.
Sobre os impactos do rompimento e ações
emergenciais
Até às 18 horas de 27 de janeiro de
2019, 361 pessoas foram localizadas, 305 pessoas permanecem sem contato e há 16
vítimas fatais atestadas pelo Instituto Médico Legal (IML). A Vale continua com
foco total nos esforços de socorro e apoio aos atingidos. O resgate e os
atendimentos às vítimas no local continuam sendo realizados pelo Corpo de
Bombeiros e pela Defesa Civil. Equipes da Vale trabalham, ininterruptamente,
junto com o Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, no apoio ao resgate das vítimas.
A empresa colocou à disposição 15 torres de iluminação, retroescavadeiras, 40
ambulâncias, 800 leitos, um helicóptero para o apoio ao resgate e 1 milhão de
litros de água potável, 1,6 mil litros de água mineral para a comunidade, além
de atendimento em hospitais privados e mobilização de psicólogos. Desde o
rompimento, a Vale também disponibilizou 2 centros de suporte e canal
telefônico 0800 para atendimento aos atingidos. Nos centros de suporte, 60
empregados da empresa e voluntários estão atuando na prestação de serviço de
acolhimento e identificação 24 horas por dia. Até às 10:00 de domingo, mais de
1,4 mil ligações tinham sido atendidas e 1.000 pessoas realocadas para os
centros de suporte.
Em relação ao deslocamento dos rejeitos,
devido ao fato da barragem estar inativa, ou seja, não receber rejeitos, estes
se encontravam relativamente secos e, em função disso, seu deslocamento foi
limitado. O que está se deslocando na calha do rio é a água com nível de turbidez
e cor alterados. Até o momento, 16:24 h do dia 27/01/19 a água atingiu o Km 63
a partir do ponto de rompimento da barragem. Entretanto, cabe ressaltar que os
rejeitos ainda não estão estáveis, podendo haver movimentações com mais
intensidade dependendo das condições climáticas, sobretudo eventuais chuvas
sobre a região afetada. A Vale mobilizou equipes para o monitoramento na bacia
do Rio Paraopeba, para resgastes da fauna e para apoio a medidas de saneamento.