O secretário nacional de segurança Pública, Guilherme
Theophilo, e o diretor da Força Nacional (FN), coronel Antonio de Oliveira,
confirmaram ao governador Helder Barbalho, nesta segunda-feira (4), em
Brasília, que a Força Nacional de Segurança chega ao Pará na segunda quinzena
de março. Segundo ele, parte da tropa que estava no Ceará, onde a situação já
está mais controlada, vem a Belém para atuar a pedido do governador. “O número
inicial é de 200 homens e a justificativa é o alto índice de criminalidade na
capital paraense, conforme informado pelo governo estadual”, explicou o
secretário.
Na reunião com o governador, ficou acertado que os policiais
cedidos para a FN poderão vir ao Pará para somar aos agentes que já atuam no
fortalecimento das ações de enfrentamento à criminalidade. A organização da
chegada da Força Nacional começou ainda no dia 18 de janeiro, com a vinda a
Belém do representante da instituição, major Otemar Bianchini. Na ocasião, ele
e os representantes da Segurança Púbica do Estado definiram um relatório com o
cronograma e plano de atuação produzido pela Secretaria de Estado de Segurança
Pública e Defesa Social (Segup).
Durante o encontro, Bianchini também visitou a estrutura que
será usada para que a tropa federal estabeleça a logística no Estado. Uma vez
finalizado o projeto de atuação tanto por parte do Sistema de Segurança do
Pará, quanto da Força Nacional, o documento será encaminhado ao ministro da
Justiça, Sérgio Moro, para autorização e publicação da portaria. Após esse
trâmite começa a mobilização e deslocamento da FN para Belém.
Segundo o titular da Segup, Ualame Machado, além da Força
Nacional com patrulhamento ostensivo, é possível que a tropa seja reforçada,
ainda, com peritos de local de crime e homens da polícia judiciária para ajudar
nas investigações. “Esse pleito também foi solicitado na última viagem, e
possivelmente será atendido em breve”, informa.
Esperança – Para familiares de vítimas das chacinas que
ocorrem em Belém desde 2014, a presença das tropas federais em Belém reascende
a esperança de obter justiça. A voz de Suzana Matos, 49, ainda embarga quando
ela fala do filho Márcio Rodrigues. Marcinho, como era conhecido entre os
amigos, foi uma das vítimas da chacina de Belém, em novembro de 2014. Ele havia
saído de uma pizzaria com a namorada, quando foi assassinado no bairro do
Tapanã.
O casal coordenava projeto voltado para o ensino de futebol
para 300 crianças carentes do bairro, iniciativa que a mãe tenta dar
continuidade com a ajuda de doações. O inquérito policial que investigava a
morte do jovem de 19 anos foi arquivado, e o autor do crime nunca foi
localizado. Para Suzana, cinco anos depois do episódio, os familiares esperam
políticas públicas eficazes, que possam reduzir a violência na cidade.
“Enquanto isso, tenho esperança de que o atual governo seja
mais presente nas periferias”, diz. Ela acredita que a presença da Força
Nacional na capital paraense possa não apenas combater a criminalidade em
locais mais vulneráveis de Belém, mas também possa evitar o assassinato de
outros inocentes. “Talvez esse reforço policial possa prevenir novas chacinas e
punir os verdadeiros criminosos”, anseia.