Instituto Mamirauá comemora 20 anos de proteção à biodiversidade da Amazônia



 
Pesquisa científica é usada para ações de desenvolvimento sustentável e conservação da biodiversidade (Foto: Amanda Lelis)

A pesquisa científica como ferramenta na adoção de estratégias e políticas públicas que visam à conservação da biodiversidade da Amazônia e a melhoria da qualidade de vida das populações ribeirinhas. Esse é o principal objetivo da atuação do Instituto Mamirauá que, no dia 23 de abril, completa duas décadas de ações principalmente na região do Médio Solimões, no estado do Amazonas.

Com sede na cidade de Tefé, localizada a cerca de 500 km de Manaus, o instituto atua em 30 unidades de conservação na Amazônia, com foco na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, unidades de conservação que juntas somam cerca de 3 milhões de hectares.

De acordo com o diretor-geral da instituição, João Valsecchi do Amaral, os resultados obtidos nas últimas duas décadas são muito relevantes para região, para a conservação da biodiversidade e para a economia regional. “A nossa missão é muito clara e nós trabalhamos com geração de conhecimento para gerar impacto sobre a conservação da Amazônia”, afirma. O que tem sido possível com o apoio de financiadores e parceiros como o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, o Governo do Estado do Amazonas, a Fundação Moore, dentre outros.

Impactos da atuação do Instituto Mamirauá

Durante as comemorações, o instituto vai apresentar à sociedade um diagnóstico extenso sobre sua atuação na Amazônia. Terão destaque dados sobre conservação da biodiversidade, recuperação populacional de espécies, impactos econômicos, produção científica, distribuição geográfica das ações na região amazônica, entre outros.

Confira alguns desses dados a seguir:

    Mais de 90 projetos de pesquisas envolvendo conhecimento tradicional, tecnologias sociais e espécies ameaçadas;
    19 espécies descritas nos últimos 10 anos e mais de 14.000 espécimes depositados em seus acervos biológicos;
    390 estudantes formados pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica, dos quais 42% ingressaram em programas de pós-graduação.
    Saneamento e tratamento de água: Mais de 50 comunidades ribeirinhas foram beneficiadas diretamente e no mínimo 18.000 pessoas indiretamente com projetos institucionais de acesso à água tratada, saneamento e higiene e atividades educativas relacionadas entre 1995 e 2018. As Reservas de Desenvolvimento Mamirauá e Amanã, no Amazonas, registraram queda na mortalidade infantil de 88 por mil em 1993 para 35 por mil em 2005, uma redução maior que a registrada pelos valores médios do estado (de 50% para 25%) no mesmo período.
    Manejo de pirarucu: 12 projetos de manejo com assessoria técnica do Instituto Mamirauá, que incluem moradores de 43 comunidades, 3 colônias e 1 associação de pescadores. Desde 1999, houve um aumento de em média 427% do estoque natural do pirarucu nessas áreas, com média anual de crescimento de 25%. Em 2017, a atividade rendeu um faturamento bruto de 2,7 milhões de reais para os manejadores.