Entre as pessoas que estão fora do
mercado de trabalho, estão os desalentados, que são os que gostariam de
trabalhar mas desistiram de procurar por uma vaga por alguns dos seguintes
motivos: não havia trabalho na localidade; não conseguiam trabalho adequado;
não tinham experiência profissional ou qualificação; por considerarem que os
empregadores não as contratariam por achá-las muito jovens ou idosas para
trabalhar. A Pesquisa por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE mostrou um
aumento expressivo de pessoas desalentadas no Pará, pois enquanto no 1 º
trimestre de 2014 haviam 64 mil pessoas nessa condição, esse total subiu para
303 mil pessoas no mesmo período em 2019. Isso representa um aumento de 473%.
O número de pessoas que estavam em busca
de algum trabalho há mais de um ano e não haviam conseguido a almejada vaga
subiu de 97 mil pessoas, no primeiro trimestre de 2014, para 134 mil pessoas,
nos três primeiros meses de 2019.
*Aumentou a subutilização no mercado de
trabalho paraense
A Pnad Contínua revelou um aumento da
população subutilizada no estado, grupo que reúne as pessoas que estavam em
busca de uma vaga no mercado de trabalho (desocupados), os que trabalharam
menos horas do que gostariam (subocupados) e aqueles que gostariam de
trabalhar, mas não procuraram trabalho ou não estavam disponíveis (força
potencial). No Pará, entre o 1º trimestre de 2014 (período anterior à crise
econômica) e o mesmo período em 2019, o número de subutilizados passou de 831
mil para 1,3 milhão.
Com uma taxa de subutilização de 30,5%,
o Pará ocupa a 12ª posição no ranking entre os estados brasileiros quando se
trata desse indicador, ficando o Piauí com a maior taxa (41,6%) e Santa
Catarina com a menor (12,1%). Com
relação à subutilização no mercado de trabalho nacional “O que chama atenção é
o perfil de dispersão generalizada da subutilização, que é recorde em todas as
regiões”, explica o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar
Azeredo: “além da taxa, é preciso observar a população subutilizada, que é
recorde em 15 unidades da federação, cobrindo metade das regiões Norte e
Nordeste e quase todo o Sudeste, Sul e Centro-Oeste”.