Grupo de Teatro Palha inicia ciclo de palestras sobre violência


Foto: Ascom/Divulgação


O Grupo de Teatro Palha, há 39 anos atuando na cena teatral do Estado, mergulha desta vez no teatro legislativo proposto por Augusto Boal para iniciar o projeto “De menina a mulher, tortura que ela não atura”, que contará com a realização de palestras e oficinas na periferia de Belém como preparação para um espetáculo dirigido pelo grupo, que abordará histórias de violência contra a mulher nestas localidades. As palestras iniciam nesta quinta-feira dia 23, seguem até 28 de junho e não necessitam de inscrição prévia, somente o comparecimento aos locais na data e horário estipulados.

A violência contra a mulher, um problema que sempre existiu, vem ganhando visibilidade através da luta das mulheres em apontar os variados casos de violência enfrentados em suas residências pelos seus próprios parceiros, a violência urbana, a falta de gestão política para o assessoramento às vitimas de agressão, dentre outras questões.

Uma atividade já foi desenvolvida no bairro do Jurunas, mas a primeira parte do projeto, que envolve um ciclo de palestras sobre violência contra a mulher, será executado no bairro do Benguí nos meses de maio e junho. Diversas escolas, igrejas, centros comunitários e espaços culturais receberão as palestras, ministradas pela pedagoga Riane Freitas. A comunidade presente poderá, nas etapas seguintes, colaborar no processo de construção do espetáculo, que será encenado em diversas praças do centro e periferia da capital.

Augusto Boal propõe o Teatro Legislativo para, através do teatro, transformar em melhorias, despertar posições cabíveis e possíveis de argumentação em prol de políticas melhores para uma democracia capaz de suprir os anseios da população, criando consciência da sociedade ao seu redor. O grupo pretende utilizar desta teoria para despertar, nos participantes e público, a necessidade de uma atenção maior voltada à questão da violência contra a mulher.

A partir do resultado das palestras, será realizada uma oficina de iniciação teatral sobre a metodologia de Boal para 15 quinze pessoas que farão parte da concepção teatral. Tânia Santos, produtora e articuladora do projeto, aponta a importância desse projeto inicial. “O grupo pretende, com este projeto, colaborar para o empoderamento dessas mulheres que vivem uma violência camuflada, e Belém desponta como uma das cidades onde essa violência se torna estatística policial, onde mulheres morrem sem conseguirem se defender, é em função disso que nós artistas ingressamos nessa seara de comprometimento com o enfrentamento dessa realidade, para que através da arte possamos soltar o grito na garganta de nossas irmãs”.

O projeto conta com o patrocínio da Fumbel – Edital de Seleção de Projetos Culturais de Relevância Social para o Município de Belém, além da parceria da Sociedade Civil e do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, por meio da Coordenadoria Estadual das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar (CEVID).

SERVIÇO
Ciclo de palestras “De menina a mulher, tortura que ela não atura”

De 23 de maio a 28 de junho, em diversos locais no bairro do Benguí


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