Um evento marcado para este dia 27 vai
reunir cinco jornalistas escritores numa sessão de autógrafos. Será a Noite
Cultural, promovida pela Casa C (uma cooperativa de comunicadores em fase de
construção em Belém). Os autógrafos ocorrerão a partir das 19 horas na galeria
do Centro Cultural Brasil Estados Unidos (CCBEU).
Vão ser autografados oito títulos de
obras literárias de autoria dos jornalistas Paulo Roberto Ferreira, Paulo
Silber, Carla Vianna, Antonio Carlos Pimentel e Nélio Palheta. Todos com
apreciável currículo, eles oferecem olhares de escritores sobre temas diversos
e atuais, para deleite, informação e entretenimento do leitor. São poesias,
crônicas, histórias e jornalismo.
O quinteto de jornalistas escritores tem
uma trajetória de atividades já longa na imprensa de Belém e fora do Estado,
atuando em jornais, televisão e rádio; assessoria de imprensa, marketing
político e publicidade. Fora das redações, eles mergulham na literatura.
Carla Vianna vai autografar a trilogia
poética “Horas Solitárias”, “Onde os rios acordam sonhos” e “Pequenos Afetos” -
obras que fazem parte de uma série de sete títulos que a escritora já publicou.
Paulo Roberto Ferreira foi fundo na
prática da reportagem produzindo dois livros sobre fatos típicos da ocupação e
exploração da Amazônia no período da ditadura militar: “A Censura no Pará – A
mordaça a partir de 1964” e “Encurralados na Ponte – o massacre dos garimpeiros
de Serra Pelada” – o mais recente. Ambos os livros apelam para que a história
não seja esquecida: o primeiro faz um levantamento da censura que o regime
impôs não só à imprensa paraense, mas também a outros segmentos da sociedade,
sobretudo do campo da cultura; o segundo, lançado em maio passado, “resgata um
episódio dos anos 1980 em Marabá, que a própria mídia paraense esqueceu; ao
trazer de volta a pauta do massacre de garimpeiros na ponte rodoferroviária
sobre o Tocantins, alerto para que as nossas memórias não se apaguem diante de
uma realidade de conflito que permanece na Amazônia, tantos são os episódios do
passado e do presente”, diz o escritor e jornalista.
“Equinócio” é o título da obra do
jornalista Nélio Palheta; são poemas inspirados na realidade passada e presente
do autor. Ele explora as possibilidades poéticas do tema central, a água:
chuva, mar, rio, oceano. “São territórios de uma viagem literária por lugares
inominados, povoados por pescadores, deuses mitológicos, tradições,
religiosidade e Amazônia. Eu escrevia desde a década dos anos 1970 e reunindo
os poemas descobri uma singularidade dos meus escritos. Todos falam, direta ou
indiretamente, sobre água, remetendo a minha infância e juventude; às tradições
de Vigia, que é o espaço geográfico desses poemas, mas que não aprece em um
único verso. Depois de alguma relutância, resolvi reunir os poemas nesse livro,
lançado em 2017” – explica o poeta e jornalista;
“Os quês e o porquê – Papo de
jornalismo”, do também professor Antônio Carlos Pimentel, reúne reflexões sobre
as práticas jornalísticas atuais e o reflexo nos conteúdos noticiosos. Trata-se
de uma obra para quem vai escrever ou já escreve, sendo ou não jornalista. Mas
não se trata de um manual de regras de Redação ou estilo. Entretanto, é uma obra
essencial nestes tempos de rompimento das regras na proliferação de textos em
redes sociais.
Paulo Silber, outro experiente
jornalista, homenageia amigos em 42 crônicas divertidas. Logo no título da obra
percebe-se o fino humor do jornalista: “Papai, você não tem amigos normais?”.
São histórias de humor, amor e amizade, diz o autor. “As redações são um espaço
fértil de acontecimentos que não viram notícias mas, de certa forma, são
inspiração para crônicas, contos, novelas recheadas de personagens muito divertidos
e outros nem tanto” – diz o autor.
Algumas crônicas saíram das redações de
jornais e televisão. Mas também de bares – outro espaço frequentado pelos
jornalistas quase sempre com a mesma frequência que vão às redações.
Fundos para Cooperativa
A diversidade dos temas é um dos
atrativos do pacote de obras que os autores autografarão na “Noite Cultural”,
que acontecerá na Galeria do CCBEU, neste dia 17, a partir das 19 horas. Será
uma oportunidade para amigos se encontrarem e botar o papo em dia, em torno de
uma pauta que não necessariamente tratará de jornalismo.
O objetivo da Noite Cultural é
arrecadar, com a venda dos livros autografados, fundos destinados à implantação
da Casa C, uma cooperativa de comunicadores que está em fase de criação em Belém. Ao convidar o público em geral para o evento,
a coordenação sugere que os livros sejam doados para escolas públicas, caso a
pessoa já tenha uma ou outra obra do pacote.
O evento é uma parceria dos
idealizadores da futura cooperativa com o CCBEU, que no dia 27 encerra a
exposição “4.2”, de obras dos pintores paulistas Décio Soncini e Francisco
Gonzalez, que se despedem de Belém. A programação da noite incluirá performance
do ator Helton Lobão, que fará declamação de trechos das obras.
Os organizadores da Noite Cultural
convidam o público em geral e sugerem que as obras podem ser adquiridas para
doação a escolas públicas.