Hoje completa 120 anos da primeira transmissão de Rádio no mundo e foi no Brasil



Há 120 anos, o padre Roberto Landell de Moura convidou autoridades públicas e privadas, cientistas e a imprensa para assistirem a uma experiência nunca vista. Ele mostrou que era possível transmitir a voz e sons musicais pelo espaço, sem o auxílio de fios. 16 de julho de 1899. A data marca o primeiro experimento de radiodifusão da humanidade.

Em São Paulo, o padre-cientista se comunicou do Colégio Santana, em uma colina da rua Voluntários da Pátria, na zona norte, até a Ponte das Bandeiras, em uma distância aproximada de 3,8 km. “Toquem o hino nacional”, ordenou o Landell, através do tubo do aparelho. Em seguida, ouviu-se o som pátrio.

Na época seis jornais noticiaram o fato inédito: O Estado de S.Paulo, O Commercio de São Paulo, Correio Paulistano, Jornal do Commercio (RJ), A Imprensa e Jornal do Brasil.

Apesar do êxito da iniciativa, Padre Landell não recebeu o apoio financeiro de que necessitava para o desenvolvimento comercial da invenção. Somente em 28 de fevereiro de 1905, aconteceu a “primeira transmissão oficial” de radiotelegrafia do País, realizada a bordo do encouraçado Aquidaban, nas águas do Rio de Janeiro. Para tanto, o Brasil importou tecnologia da alemã Telefunken.

Por ter enfrentado problemas com a Igreja, pois alguns de seus superiores acreditavam tratar-se de bruxaria, Landell demorou no registro de algumas patentes e mundialmente os louros da invenção do rádio ficaram para o italiano Guglielmo Marconi. Hoje especialistas reconhecem que Marconi é o inventor somente da rádio – telegrafia e o padre Landell da radiofonia.

Uma grande diferença entre o inventor brasileiro e o italiano estava no apoio recebido para prosseguir nas experiências. Enquanto o então presidente Rodrigues Alves se negou a oferecer navios para os experimentos de Landell, o governo italiano ofereceu a esquadra inteira a Marconi e encorajou-o a desenvolver um sistema completo de comunicação à distância. Por levar seus experimentos a um estado prático e comercial, o italiano ficou com todo o reconhecimento. Inclusive foi agraciado com o Prêmio Nobel em 1909. Landell, em compensação, foi relegado ao esquecimento.


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