Cerca de 7 mil filhotes de quelônios são devolvidos à natureza em Oriximiná



Cerca de 7 mil filhotes de quelônios das espécies tracajá (Podocnemis unifilis) e pitiú (Podocnemis sextuberculata) foram soltos, no dia 5 de dezembro, no Lago Erepecu, no interior da Reserva Biológica de Trombetas (Rebio), em Oriximiná, que completou 40 anos de criação. A ação foi acompanhada por mais de 200 pessoas, entre quilombolas, alunos das comunidades vizinhas, pesquisadores e funcionários de empresas apoiadoras. Esta é a primeira soltura da temporada de reprodução de 2019, que encerra em janeiro de 2020, com as Tartarugas da Amazônia, nos tabuleiros do Rio Trombetas. No ciclo de 2018, que finalizou em janeiro deste ano, mais de 55 mil tartarugas das três espécies foram dispersas na natureza.

A iniciativa faz parte do projeto Quelônios do Rio Trombetas (PQT), desenvolvido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em parceria com a Mineração Rio do Norte (MRN) e o Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ). Também conta com a participação de mais de 100 comunitários quilombolas voluntários, totalizando 27 famílias, que trabalham na proteção, manejo e monitoramento de ninhos, ovos e filhotes nos tabuleiros de desova, entre agosto e janeiro, período de estiagem do rio. Essas ações com a população são realizadas desde 2003.

"Essa soltura representa apenas uma porcentagem dos animais. É um momento de sensibilização ambiental em que celebrarmos um trabalho coletivo que vem dando certo. A liberação continua de acordo com o nascimento de todos os filhotes", destacou Deborah Castro, analista ambiental e chefe do Núcleo de Gestão Integrada ICMBio Trombetas. O trabalho no Lago Erepecu contou com o engajamento das comunidades Nova Esperança e Último Quilombo.

Com a intensificação da fiscalização nas praias, proteção dos ninhos e atividades de educação ambiental desenvolvidas com os quilombolas, os registros de nascimentos têm apresentado um bom resultado. Em 2017, o manejo de tracajá e pitiú apresentou o melhor quantitativo da história do PQT, com a soltura de cerca de 30 mil filhotes. Na temporada 2018, foram mais de 28 mil duas espécies.

"Esses números só são possíveis porque contamos com parceiros como a MRN, que é fundamental para garantir a elevada participação dos comunitários. No período de reprodução dos quelônios, as famílias trabalham voluntariamente no projeto. A empresa entra com o suporte financeiro de alimentação para que possam se dedicar a essas atividades", explicou Deborah Castro.

Para a analista de Relações Comunitárias da MRN, Genilda Cunha, esse é um dos investimentos realizados pela empresa para a preservação ambiental e, consequentemente, para a não extinção desses animais. "Essa parceria de 16 anos representa o respeito da MRN com o meio ambiente e com o outro. Hoje vemos muitas famílias extremamente engajadas, fazendo a proteção dessas espécies e olhando o futuro de forma diferenciada. Isso para nós é gratificante", finalizou Genilda.

Além da MRN, outros parceiros estão envolvidos no projeto como o Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), Fundo Brasileiro para A Biodiversidade (FUNBIO), Fundação de Desenvolvimento de Tecnópolis (FUNTEC), Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), WWF, Cooperação Alemã, KFW, Banco Mundial, GEF, Fundo Amazônia, BNDES, BID, Margaret A. Cargill Foundation, Gordon and Betty Moore Foundation, Anglo American e Polícia Militar do Estado do Pará.

A próxima soltura de quelônios será no dia 15 de janeiro de 2020, em uma ação que marca a finalização da temporada de reprodução da Tartaruga da Amazônia (Podocnemis expansa) na região dos Tabuleiros do Rio Trombetas.

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