Pouco se ouve falar sobre o câncer de
ovário, um tipo silencioso e raro da doença que demora a apresentar sintomas e
é responsável por mais mortes do que qualquer outro tipo de câncer
ginecológico.
Os ovários fazem parte do sistema
reprodutor feminino. São responsáveis pela produção dos hormônios sexuais e
pela produção e armazenamento dos óvulos. O câncer de ovário caracteriza-se
pela multiplicação e crescimento desordenado das células nessa região, sendo o
mais comum o que começa nas células epiteliais, as que revestem a parte externa
das glândulas.
"Alguns sintomas podem indicar a
neoplasia, como dor ou inchaço no abdômen, perda de apetite e de peso, fadiga,
mudanças no hábito intestinal e/ou urinário e, muitas vezes, esses sintomas são
confundido com desconfortos do dia a dia" - Celso Fukuda,
oncoginecologista do hospital Ophir Loyola.
Um dos fatores de risco que contribuem
para o aparecimento deste carcinoma é o avanço da idade. Estudos apontam que
esse tipo de câncer é mais freqüente em mulheres acima dos 60 anos, podendo
acometer também as mais novas. A menarca antes dos 12 anos, histórico familiar
de cânceres de ovário, endométrio e de mama, fatores genéticos como a mutação
em genes (BRCA1 e BRCA2), infertilidade e excesso de peso também contribuem
para o aparecimento. Em contraponto, o uso de contraceptivos orais, gravidez e
a amamentação colaboram reduzindo o risco.
Segundo dados do Instituto Nacional do
Câncer (Inca), o Brasil deverá registrar em 2020, cerca de 6 mil novos casos de
câncer de ovário. O Hospital Ophir Loyola atende atualmente 30 pacientes com
este tipo neoplasia. Este ano, registrou, no período de janeiro e fevereiro, 11
novos casos. Para o especialista, as mulheres devem ficar atentas às mudanças
em seu corpo, fazer exames de rotina e consultar o médico regularmente. "O
câncer de ovário tem um diagnóstico precoce difícil, as manifestações só
aparecerem nos estágios mais avançados", ressalta.
Fukuda enfatiza que o exame preventivo
ginecológico (Papanicolau) não detecta este tipo de tumor. "O preventivo é
realizado para detectar alterações nas células do colo do útero, os exames
indicados para detecção do câncer de ovário são a ultrassonografia transvaginal
e de abdômen ", esclarece.
O especialista também explica que o
tratamento da paciente pode ser feito com cirurgia e quimioterapia e, antes de
dar início, sempre são avaliadas as condições clínicas, a idade e a extensão da
doença.