Agência Brasil
Pesquisa realizada pela Confederação
Nacional da Indústria (CNI) mostra que 82% das indústrias do país tiveram queda
de faturamento nos últimos 45 dias. O levantamento, divulgado hoje (29), foi
feito a partir de entrevistas com 1.017 executivos industriais de todas as
regiões do Brasil entre os dias 15 e 25 de maio. A margem de erro é de três
pontos percentuais.
Segundo a pesquisa, entre as empresas
que tiveram queda de faturamento, 49% informaram que a diminuição foi maior do
que 50%; 29%, que a queda foi de 31% a 50%; 18%, de 11% a 30%; e 4%, até 10%.
Em relação à produção, 36% dos
executivos industriais entrevistados disseram que diminuiu muito; 16%, que ficou igual; 14%, diminuiu mais ou menos;
13%, foi totalmente paralisada; 12%, diminuiu pouco; 3%, aumentou muito; 3%,
aumentou mais ou menos; e 3%, aumentou pouco.
Apesar da queda no faturamento e na
produção, a maioria dos industriais disse ser favorável ao isolamento social
como forma de combater a disseminação do novo coronavírus: 45% disseram ser a
favor do isolamento social; 42%, contra; 10%, nem a favor nem contra; e 2%, não
responderam ou não souberam responder.
Demissões
Questionados se já haviam feito
demissões em razão dos efeitos da pandemia, a maioria dos executivos ouvidos na
pesquisa (66%) disse que não, enquanto 34%, sim. “Os dados mostram que as
medidas trabalhistas, que resultaram em mais de 8 milhões de acordos
individuais para redução de jornada e salário e suspensão de contratos de
trabalho, foram importantes para a preservação de empregos”, disse o presidente
da CNI, Robson Braga de Andrade.
Como principal problema financeiro
enfrentado durante a pandemia, 48% dos entrevistados apontaram pagamento de
impostos e tributos; 45%, salários do pessoal e encargos sociais; 27%,
pagamento de faturas; 17%, pagamento de empréstimos e dívidas; 8%, aluguel;
12%, outras despesas; 1%, não soube responder; 16%, nenhum problema específico.
De acordo com o levantamento, 22% dos
entrevistados disseram que suas empresas têm condições financeiras de manter as
atividades em funcionamento apenas por mais um mês; 45% afirmaram que esse
prazo é de no máximo três meses; 11%, de quatro a cinco meses; 12%, de seis
meses a um ano; 7%, mais de um ano; e 2%, não souberam responder.
Apesar do quadro, 44% dos pesquisados
disseram acreditar que a economia brasileira vai registrar expansão nos
próximos dois anos; 32%, que haverá manutenção da situação atual; 21%,
retração; e 1% não soube responder.