Dados preliminares da ALSHOP (Associação
Brasileira de Lojistas de Shopping), apontam que o fechamento de boa parte das
lojas por cerca de dois meses já resultou em cerca de 120 mil desempregados. A
associação, que representa 105 mil lojas em todo o país, estima que 15 mil
lojas não devem mais reabrir devido à
crise econômica gerada pela pandemia do novo coronavírus (COVID-19).
“Essa situação vai piorar se
governadores e prefeitos não determinarem a reabertura gradual e cuidadosa da
economia. Ontem, dados mostraram que a arrecadação federal de impostos é a
menor em 13 anos, porém mais de 4.000 municípios tem condições de permitir a
reabertura, pois tem baixa ocupação de UTI´s. Percebemos que a OMS sempre fez a
recomendação para que as pessoas ficassem em casa, mas nos últimos 15 dias a
mesma organização tem dito o contrário em países de economia frágil como o
Brasil.", aponta Nabil Sahyoun, presidente da ALSHOP.
Em conferência, dirigentes pediram
retomada
Nesta semana a ALSHOP e outras sete
entidades ligadas ao varejo por meio da UNECS (União Nacional das Entidades do
Comércio e Serviço) participaram de uma teleconferência que teve a participação
do presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia, do deputado Efraim Filho
que preside a Frente Parlamentar em Defesa do Comércio, Serviço e
Empreendedorismo, além de deputados e senadores que analisaram medidas urgentes
de retomada da economia.
Foram discutidos temas como a demora na
liberação do crédito previsto com juros reduzidos, a burocracia na obtenção
dessas linhas junto aos bancos e outras medidas anunciadas pelo governo
federal.
“Os governadores precisam encontrar um
equilíbrio entre economia e saúde. Apoiam medidas restritivas enquanto veem a
arrecadação desabar e já não terão sequer receita para manter o sistema de
saúde em funcionamento e os salários dos servidores. Nos estados e municípios
não adiaram o pagamento de impostos o que não tem prejudicado só os
empresários, mas sim os empregados que dependem das empresas funcionando.”,
disse Sahyoun.
A ALSHOP defende uma reabertura gradual
do comércio e exige a apresentação de um plano específico em estados como São
Paulo. A associação aprova medidas restritivas já adotadas pelo comércio em
estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais.
“Apresentamos protocolos de
distanciamento e higienização dos ambientes comerciais que inclusive já foram
adotados. Entendemos que o consumidor será cauteloso e já sofreu queda de renda
o que não levará a situação a um patamar normal. Ainda assim a reabertura é uma
forma de equilibrar a arrecadação, salvar empregos e vidas equilibrando saúde e
economia.”, finaliza.