O Serviço de Verificação de Óbito (SVO),
da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), registrou queda nas
solicitações de remoção de corpos em residências de casos suspeitos de
Covid-19, na Região Metropolitana de Belém. Entre os dias 15 e 31 de maio houve
127 óbitos em domicílio, enquanto no intervalo de 1º a 15 de junho, o número
diminuiu para 65. Entre as ocorrências, o número de casos suspeitos de Covid-19
saiu de 14, no primeiro período, para quatro, no segundo.
O número de óbitos em domicílio por
causas naturais é um dos indicadores considerados pelo Governo do Pará na
análise do comportamento da pandemia no Estado. "Quando acontece um óbito
em domicílio a família precisa da declaração de óbito, e ela vai precisar do
serviço de verificação de óbito. Nós estamos fazendo esse acompanhamento
diariamente, reforçando que realmente houve redução dos óbitos e de casos
suspeitos e confirmados de Covid", informou Ana Lúcia da Silva Ferreira,
diretora do Departamento de Epidemiologia da Sespa.
A média de atendimentos diários no
primeiro período (15 a 31/05) ficou em sete. No segundo período (1º a 15/6)
foram quatro óbitos/dia por causas naturais. "Nós observamos que houve uma
redução em 48% para a ocorrência de óbitos, e 71% para suspeita de Covid-19.
Com esse indicador, a gente pode reforçar que, realmente, na Região
Metropolitana está acontecendo redução dos casos", ressaltou Ana Lúcia
Ferreira.
O mês de abril registrou pico de
ocorrência de óbitos em domicílios, com média de 24 remoções por dia. Principalmente
na segunda quinzena, houve registro de até 66 ocorrências em um único dia.
Sem filas - No ponto alto do contágio na
região, filas de carros de funerárias se formaram às proximidades do Centro de
Perícias Científicas Renato Chaves. Para diminuir a espera e amenizar a dor dos
familiares, a Sespa chegou a modificar o atendimento com um serviço móvel de
verificação, no mês de maio.
A declaração de óbito passou a ser
emitida pelo médico no local da ocorrência, eliminando assim a necessidade de
enviar o corpo ao SVO, que funciona no mesmo prédio do Instituto Médico Legal
(IML). Com a mudança, o número de veículos começou a reduzir, permitindo também
o fluxo de outras demandas de identificação e liberação.