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Nutricionista do Hapvida, Raphaela Capela |
Alguns alimentos básicos do dia-a-dia
dos paraenses apresentaram aumento de preço expressivo no último mês. Segundo o
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará
(Dieese-PA), a carne ficou cerca de 2,23% mais cara e pelo menos 3 tipos de
feijão apresentaram aumento médio de 30% nos preços. Com o impacto da crise
econômica causada pela pandemia nos orçamentos das famílias, é preciso repensar
a lista do supermercado para conseguir se alimentar bem, fugindo dos preços
altos.
Segundo a nutricionista do Hapvida,
Raphaela Capela, a dica é apostar em substituições dos tipos de alimentos, sem
abrir mão da qualidade nutricional. No caso do feijão, por exemplo, ela
orienta: “O feijão costuma ser um alimento que oscila bastante de preço quando
a economia está instável. Ele possui muitas variações como o preto,
carioquinha, caupi, manteiguinha, cavalo claro... Uma dica seria optar pela
variação que estiver mais acessível no dia da compra”. Já para aquelas pessoas
que não tem problema em variar o cardápio e experimentar coisas novas, a médica
sugere outras leguminosas que podem ser incluídas no lugar do feijão, como a
ervilha seca, a lentilha e o grão de bico.
Para os amantes de carne, o caminho é
semelhante: buscar os cortes mais em conta ou apostar na substituição. “A opção
seria priorizar carnes brancas como aves e peixes locais. A carne de porco
também é uma boa opção e com preço mais acessível, além disso temos as vísceras
como o fígado”, comenta a nutricionista.
Já pessoas que têm a dieta voltada para
o ganho de massa muscular e precisam de determinada quantidade diária de
proteína, os impactos do preço da carne podem ser ainda mais sensíveis. Para
este grupo, Raphaela orienta: “além da carne bovina e de aves podemos usar o
ovo, que é o queridinho do mundo fitness e as proteínas vegetais como soja e a
lentilha. Em alguns casos, podemos usar a suplementação de proteínas, mas
apenas com orientação de um nutricionista”.
O importante é tentar manter uma
alimentação equilibrada, afinal, ela é a base para a manutenção da saúde,
principalmente em tempos de pandemia. A boa notícia para quem não abre mão do
bom e velho feijão com arroz de todo o dia, independentemente da variação dos
preços, é que não há problema em repetir os alimentos: “alimentos saudáveis
podem ser consumidos diariamente, desde que tenhamos cuidado com o modo de
preparo, para não abusar de gorduras e temperos industrializados, que podem
levar esse alimento saudável para um outro lado”, alerta a nutricionista. “O
importante é incluir, dentro do possível, os 5 grupos de alimentos na principal
refeição (almoço): cereais (como arroz), leguminosa (como feijão), proteína
(carnes, ovos), fibras (saladas cruas) e frutas”, orienta.