Judiciário se moderniza e mantém serviços



Em meio à pandemia do novo coronavírus, o Judiciário do Pará recebeu milhares de demandas. Cada uma traz uma dor, uma contrariedade, aflição, um pedido de socorro, que precisa da resposta urgente e eficaz da Justiça. Dos 33.665 processos e procedimentos novos que ingressaram nos últimos dois meses, 351 são relacionados ao tema Covid-19. Nesse mesmo período, quando adotou o teletrabalho como forma de prevenção e de evitar a disseminação do vírus, o Judiciário paraense contabilizou 47.458 sentenças e decisões. Ou seja, o Judiciário julgou um número maior de casos do que os novos que ingressaram na Justiça.

O painel “O Judiciário não para”, disponível no Portal do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), faz o monitoramento quantitativo dos atos praticados por magistrados e servidores. Entre 20 de março e 31 de maio, os atos praticados por magistrados somaram 218.185, sendo 50.374 sentenças e decisões terminativas, 86.047 decisões interlocutórias e 81.764 despachos. Os processos e procedimentos novos foram registrados em 36.003.

O trabalho remoto também aponta a produção no 2º Grau do Judiciário, destacando os julgamentos em Plenário Virtual, no mês de maio. As Seções e Turmas de Direito Penal, Público e Privado já pautaram exatos 1.258 processos. A Seção de Direito Penal pautou, em três sessões virtuais, 570 feitos, dos quais já foram julgados 510 processos. Nesse período, os servidores do Judiciário praticaram mais de 417.903 mil atos e foram iniciados 389 processos sobre Covid-19 em todo o Estado.

Instituído no dia 20 de março último, por meio de portaria assinada pelo presidente do TJPA, desembargador Leonardo de Noronha Tavares, em conjunto com a vice-presidente, desembargadora Célia Regina Pinheiro, e as corregedoras da Região Metropolitana e do Interior, desembargadoras Maria de Nazaré Saavedra Guimarães e Diracy Nunes Alves, o Regime Diferenciado de Trabalho (RDT) permitiu a continuidade dos serviços de Justiça.

Trabalho Remoto

O Poder Judiciário precisou adotar medidas excepcionais e temporárias para preservar a saúde de magistrados, servidores, advogados e usuários de modo geral e, ao mesmo tempo, garantir a continuidade da prestação jurisdicional, explica a juíza Maria de Fátima Alves, auxiliar da Presidência do TJPA. “Nesse sentindo, houve a necessidade da suspensão do trabalho de forma presencial, e a Presidência instituiu o trabalho de forma remota, o Plantão Ordinário e o Plantão Extraordinário”, detalha.

Com a necessidade de se adaptar às mudanças, o Judiciário acelerou o uso de tecnologias que ainda estavam em fase experimental, e que são de grande valia para movimentar a engrenagem da Justiça.  Maria de Fátima cita a condução dos processos que tramitavam por meio físico, como os processos criminais, especialmente os processos de réus presos. Para manter a regularidade de tramitação desses processos, a Presidência do Tribunal normatizou uma forma excepcional de tramitação, que passou a ser feita por meio da digitalização dos autos e a realização de audiência por meio de videoaudiências.

Retorno

O Judiciário já começou a planejar o retorno do expediente presencial, inicialmente previsto para o próximo dia 15 de junho, de forma escalonada. “Vamos ter um número de servidores significativamente ainda em afastamento e a maneira de gerir esse trabalho continuará sendo muito importante”, enfatizou o presidente do Tribunal, Leonardo Tavares. Para planejar o retorno, o Judiciário disponibilizou a magistrados e servidores um questionário de pesquisa, cujas respostas, com idade, doenças crônicas e possibilidade de trabalho remoto, devem formar um banco de informações para a tomada de decisões sobre o retorno presencial. Continuarão, entretanto, segundo destaca o presidente, as precauções em relação à saúde e bem estar dos magistrados e servidores, atendendo aos princípios e condicionantes médicos e científicos para o retorno ao trabalho.