Com a cobertura de cerca de dez cores e
tons, a pintura do monumento que dá nome à Praça do Relógio, no centro
histórico de Belém, recuperou a beleza e a riqueza de detalhes da peça
histórica de fabricação inglesa, da primeira metade do século XIX. O relógio
está entre as três únicas peças ainda existentes no mundo.
Os elementos da arquitetura de ferro da
praça foram importados da Europa. Além do relógio, também integram o
logradouro, os postes de ferro fundido com quatro luminárias pendentes,
posicionados um em cada canto da praça. A pintura desses elementos é uma das
etapas finais da obra de reforma e restauro do cartão postal, que tem previsão
de entrega no próximo mês.
“Enquanto avançamos na pintura, estamos
providenciando a produção das luminárias de vidro dos quatro postes decorativos
da praça. A empresa que ia produzir fechou, por consequências da pandemia e,
desde então, estamos buscando outra empresa que possa atender a demanda. Além
disso, falta apenas o restauro do piso na base da torre e da pedra de lioz,
além da finalização do paisagismo e das instalações elétricas”, detalha o
diretor de Obras Civis, da Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb), Reinaldo
Leite.
Pesquisa - De acordo com a diretora do
Departamento de Planejamento Urbano (DEPL), Débora Leite, as cores do relógio
foram definidas a partir de um rigoroso trabalho de pesquisa dos arquitetos
autores do projeto e dos arquitetos da Prefeitura de Belém, com o
acompanhamento dos órgãos de proteção do patrimônio histórico e testes
realizados pelo Laboratório de Conservação, Restauração e Reabilitação
(LACORE).
Os detalhes decorativos ganharam as
cores originais de volta, reacendendo todo valor histórico da peça. Os quatro
medalhões símbolos das quatro estações do ano retomaram a cor dourada. A cúpula
recebeu um tom de azul. A torre de ferro, com 12 metros de altura, que sustenta
o relógio também foi restaurada e ganhou diversos tons de cinza. Cerca de
quatro pessoas cuidaram apenas do trabalho manual e minucioso de pintura do
monumento.
“Todo o trabalho de pesquisa das cores
do relógio foi baseado no projeto do arquiteto Geraldo Gomes, de 1993. Foi
feita a prospecção pictórica e realizados diversos testes em laboratório.
Também foi necessário fazer pesquisas para atualizar as referências das cores,
pois muitas delas já haviam mudado de referência. Tudo para recuperarmos a
beleza original deste patrimônio ímpar que tem grande valor histórico para
nossa cidade”, explica a arquiteta.
Renovação - Além de toda beleza
arquitetônica e estética, o Relógio será devolvido para a população com
ponteiros funcionando, mostrador com iluminação interna e sirene elétrica
responsável pelo badalar em alguns horários. Uma empresa especializada em
relojoaria foi contratada somente para esse trabalho.
O Departamento de Iluminação Pública
(DIP), da Seurb, também atua na obra dando apoio nas instalações elétricas da
praça para acender as luminárias dos postes decorativos e os refletores em LED
que serão usados na iluminação externa de todo o monumento.
Obra - A obra na Praça do Relógio
começou em dezembro de 2019, com valor de investimento em torno de R$ 409 mil.
Dentre os serviços já realizados na praça estão o restauro e pintura dos postes
de iluminação, recomposição de todo o calçamento em pedras portuguesas,
recuperação do meio fio, aplicação de piso tátil e rampas de acessibilidade e
colocação de grama.