Nesta segunda-feira, 01 de junho, com a
publicação do decreto municipal que prevê a retomada gradual de alguns setores
da economia na capital paraense, o sistema de transporte público que atende
Belém também começou a passar por ajustes. Essa adequação à nova demanda veio
sendo tomada desde o fim do lockdown e continuará de forma progressiva até a
normalidade total do sistema.
Desde o início da pandemia a frota veio
sendo reduzida para se adaptar à queda significativa no número de passageiros -
antes da pandemia o sistema era utilizado por 1 milhão de passageiros por dia,
demanda que chegou a cair 72% antes do lockdown e, durante o lockdown, atingiu
a maior queda para 80%. Para se adaptar a essa redução de passageiros, manter a
mínima viabilidade econômica das empresas prestadoras do serviço e desestimular
a circulação de pessoas em especial a áreas como Mosqueiro e Outeiro, antes do
lockdown a frota chegou a reduzir em 50%, e no lockdown baixou a 40%.
Já com o fim do lockdown a determinação
da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (SeMOB) foi para
que as empresas voltassem a ter como base os 50% da frota para observar como se
comportaria a demanda, se para mais ou para menos, e fazer as adaptações
necessárias. Na primeira segunda-feira pós-lockdown, por exemplo, essa frota de
50% ganhou um incremento de 5% em determinados horários, para atender a
demanda. Já nesta segunda-feira, a frota subiu para 65%.
Além do aumento da oferta de ônibus, com
a retomada gradual de setores da economia a SeMOB iniciou algumas mudanças na
dinâmica do transporte público. Uma delas é uma ampliação do horário de pico
das linhas, que passa a atender ao novo horário do setor de comércio de 9h às
17h como determina o decreto municipal.
“O comércio é um dos maiores polos
geradores de demanda para o transporte coletivo, e com o início das atividades
mais tarde, às 9h, e o encerramento mais cedo, às 17h, esperamos que as lojas
façam essa entrada de colaboradores escalonada para evitar uma demanda
concentrada nos ônibus”, avalia Gilberto Barbosa, superintendente da SeMOB.
“Isso, somado ao escalonamento de outros setores econômicos, faz com que não
haja necessidade de horários críticos, porque se dilui essa demanda por um
horário de pico mais ampliado”, justifica.
Esse escalonamento já pôde ter seus
reflexos observados nesta segunda-feira. A diretoria e fiscais da SeMOB
passaram o dia percorrendo os principais pontos de demanda por transporte
público e não houve flagrante de nenhum ônibus com superlotação. Apenas em
pontos de parada de grandes corredores de tráfego foram observados volumes
maiores de passageiros.
“Isso é um movimento natural, porque em
grandes corredores como Augusto Montenegro e Almirante Barroso as paradas de
ônibus atendem a várias linhas e passageiros com desejos de viagem com destinos
bem variados também. Nos demais pontos da cidade ainda se registrou uma baixa
demanda pelo transporte público”, detalha o superintendente da SeMOB.
“A SeMOB está monitorando o sistema e
chamando as empresas para readequar a quantidade de ônibus de acordo com a
demanda. Tivemos uma diminuição de passageiros que chegou a 80% e a ordem agora
é observar e atender a nova demanda”, frisa o prefeito de Belém, Zenaldo
Coutinho.
BRT
Conforme portaria publicada pela SeMOB,
o Sistema BRT Belém ainda se manterá suspenso pelo menos até o próximo dia 14
de junho, quando será feita nova avaliação. “Apesar da retomada de alguns
setores econômicos, é preciso compreender que o Sistema BRT Belém, pelo seu
formato, vai de encontro às determinações sanitárias atuais de evitar
aglomerações em ambientes fechados, o que é inerente ao funcionamento de
estações e terminais, e também a ficar em ambientes refrigerados fechados, como
são os ônibus articulados BRT, por isso não há possibilidade de retomada do
sistema ainda”, justifica Gilberto Barbosa.
Com o sistema suspenso, além dos ônibus
BRT Belém estão suspensas as linhas alimentadoras, e os ônibus troncais continuam
circulando fora da canaleta em linhas convencionais, começando o itinerário
desde a origem nos bairros do Paracuri I e Paracuri II, em Icoaraci, e no
bairro da Brasília, em Outeiro, até o centro de Belém.