A Alunorte e a Universidade Federal do
Pará (UFPA) assinaram em junho acordo para a realização de pesquisa sobre a
viabilidade de produção de cimento de baixo carbono a partir do resíduo de
bauxita. O projeto integra o convênio entre a Hydro e a Universidade, iniciado
em 2019 para a realização de diversas linhas de pesquisa, entre elas com o
resíduo resultante das operações da Hydro em Barcarena e Paragominas.
A pesquisa visando a produção
sustentável de cimento com baixo carbono está diretamente associada à meta de
sustentabilidade para o resíduo de bauxita estabelecida pela Hydro. A companhia
busca utilizar parte deste resíduo para a geração de novos produtos até 2030.
Esse percentual equivale a aproximadamente 500 mil toneladas de resíduo de
bauxita ao ano.
Por meio deste projeto, a companhia
objetiva desenvolver soluções tecnológicas sustentáveis para os produtores
locais de cimento de modo a reduzir não somente o seu custo de produção, mas
principalmente o seu impacto ambiental, por meio da redução da emissão de gases
causadores do efeito estufa e da preservação de recursos naturais.
A estimativa de duração é de 18 meses e
o projeto de pesquisa de cimento de baixo carbono conta com cinco pesquisadores
do Laboratório de Tecnologia das Construções da UFPA e outros cinco
profissionais do Departamento de Tecnologia, que inclui a área de Pesquisa
& Desenvolvimento da Hydro.
O diretor Industrial da Alunorte, Michel
Lisboa, afirma que o projeto é a oportunidade de a Alunorte aplicar na prática
todo o conhecimento da universidade para o desenvolvimento de tecnologias
sustentáveis e duradouras. “A Hydro buscar ser referência em sustentabilidade
na indústria do alumínio. Para isso, a parceria em busca de inovação junto à
academia é fundamental. A pesquisa é uma oportunidade de promover avanços
globais e locais na nossa gestão ambiental, com redução da emissão de carbono e
o reaproveitamento do resíduo da bauxita. Uma busca incessante de toda a
indústria do alumínio”, afirma Michel Lisboa.
Colaboração
O convênio foi celebrado em maio de
2019. Com o instrumento, as duas instituições podem ampliar a interação entre a
academia e as indústrias instaladas no Pará. O gerente sênior de Pesquisa &
Desenvolvimento de Bauxita & Alumina da Hydro, Erik Araújo, explica que a
Hydro montou um time de governança para construir o relacionamento com a
universidade para os projetos tecnológicos. Dois workshops já foram realizados
com os profissionais, que elencaram projetos nos quais a universidade poderia
atender a demandas tecnológicas da Hydro.
A pesquisa sobre a utilização de resíduo
de bauxita é o primeiro projeto do convênio. "A assinatura do primeiro
convênio simboliza a concretização de uma parceria, que é resultado dos
esforços dos dois lados. O projeto abre um leque de iniciativas, além de trazer
benefícios futuros e associar a empresa a instituição acadêmica mais importante
do Pará. Esse resíduo se transformará em matéria-prima para a indústria de
cimento e a etapa de processamento tem potencial para a geração de
emprego", afirmou.
A Hydro e a UFPA já são parceiras desde
2013 no Consórcio de Pesquisa em Biodiversidade Brasil-Noruega (BRC), em
Paragominas, que também é integrado pela Universidade Federal Rural da Amazônia
(UFRA), a Universidade de Oslo e o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG).
O Consórcio busca alcançar o nível mais
alto de desenvolvimento em reabilitação ecológica e ambiental, a partir da
ciência, além de fomentar a educação e pesquisa. Cerca de 100 profissionais
estão envolvidos em todos os programas de pesquisa do Consórcio. O BRC já
implementou diversos estudos inéditos, como de algas e crustáceos, entre
outros.