Mastologista Fábio Botelho, do Centro de Tratamento Oncológico |
Diversos estudos apontam que o
aleitamento materno está relacionado ao menor risco de a mãe desenvolver
câncer. O principal benefício é a prevenção do câncer de mama. De acordo com a
Sociedade Brasileira de Mastologia, a cada ano de amamentação, o risco de a mãe
desenvolver câncer de mama diminui de 3 a 4%. Isso ocorre porque o aleitamento
materno promove uma substituição de tecido glandular por gordura nas mamas, o
que garante uma proteção natural e diminui as chances de a mãe ser acometida
pelo câncer de mama.
A estimativa é de que, anualmente, a
amamentação poderia evitar 20 mil mortes de mulheres por câncer de mama no
mundo, segundo estudos publicados na revista científica The Lancet. O
aleitamento também ajuda a prevenir o câncer de útero e de ovário.
A quantidade de filhos e o aleitamento
materno são fatores que têm relação direta com a incidência do câncer de mama
nas mulheres. “Essa proteção está relacionada aos hormônios. No período de
gestação e amamentação a mulher produz menos hormônios relacionados ao
desenvolvimento do câncer de mama. Não deixa de ser uma proteção, mas deve
estar sempre associada a hábitos de vida saudável, como não fumar, ter uma boa
alimentação, praticar atividades físicas, manter-se com peso adequado e evitar
o consumo de bebidas alcoólicas”, destaca o mastologista Fábio Botelho, do Centro
de Tratamento Oncológico.
A maior ênfase é para os cuidados com a
própria saúde. “É do conhecimento de todos que a grande arma para redução da
mortalidade reside no diagnóstico precoce, daí a necessidade de as mulheres se
submeterem a exames de mamografia, anualmente, a partir dos quarenta
anos".
Agosto Dourado - No Brasil, o incentivo
à amamentação é lei. Em 2017, o Congresso Nacional Brasileiro instituiu, por
meio da lei número 13.435, o Mês do Aleitamento Materno: o Agosto Dourado, dedicado a informar e debater sobre a importância
de amamentar os bebês. O dourado faz alusão à definição da OMS para o leite
materno: alimento de ouro.
Em todo o mundo, campanhas a favor do
aleitamento materno são realizadas pela World Alliance for Breastfeeding Action
(Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno), presente em 150 países, com
o propósito de promover, proteger e apoiar o aleitamento materno – fundamental
para a saúde dos bebês e das mães.
INCA - O câncer de mama é o tipo de
câncer mais comum entre as mulheres, no Brasil e no mundo, depois do de pele
não melanoma. Corresponde a cerca de 22% dos casos novos de câncer
diagnosticados a cada ano. A estimativa do Inca é de 66.280 casos novos de
câncer de mama, para cada ano do triênio 2020-2022.
O diagnóstico tardio, ainda predominante
no Brasil, aumenta muito a gravidade da doença e os índices de mortalidade. Em
contrapartida, se o câncer de mama for diagnosticado e tratado oportunamente, o
prognóstico é muito bom. As chances de cura são superiores a 90%.
As
taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas no Brasil porque a
doença ainda é diagnosticada em estágios avançados.
Fatores de risco para o câncer de mama
O câncer é uma doença que resulta da
interação entre fatores ambientais e genéticos do individuo. Entretanto, uma
parcela pequena dos tumores malignos são considerados hereditários (até 10%). A
maioria está relacionada a exposição a fatores ambientais (tabagismo, hábitos
alimentares, infecções, exposição solar, etc).
Mulheres entre 40 e 69 anos são as
principais vítimas de câncer de mama. Isso porque a exposição ao hormônio
estrógeno está no auge.
Outros fatores de risco são menstruação
precoce, menopausa tardia e reposição hormonal, que provocam alterações hormonais,
colesterol alto e obesidade.
O consumo de álcool e o fumo também
podem causar câncer de mama.