Com quase tudo pronto, às vésperas para
a realização da 2ª edição da Feira de Negócios do Cooperativismo, o mundo
parou. Em março, a Organização Mundial de Saúde declarou pandemia da Covid-19.
Aos poucos, a vida começa a se adaptar e os projetos do Sistema OCB/PA também
precisaram passar por uma série de adequações. Foi o que ocorreu com a 2ª Feira
de Negócios do Cooperativismo (Fencoop), que seria de 1º a 3 de abril. Após
decisão do Conselho de Administração do Serviço Nacional de Aprendizagem do
Cooperativismo do Estado do Pará (SESCOOP/PA) e validação do Conselho de
Administração do Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado
do Pará (OCB/PA), decidiu-se por prezar pela segurança de todos os
participantes, reprogramando o evento para os dias 22, 23 e 24 de abril de
2021, também na Estação das Docas, em Belém.
A Feira é a primeira no Brasil centrada
em negócios de cooperativas. Em 2019, foram mais de 5 mil pessoas a usufruírem
da exposição de produtos e serviços, programação cultural e prospecção de novos
negócios. No total, a 1ª Fencoop movimentou R$ 2,3 milhões em negócios. Do volume de negócios gerados, 26% foram
acima de R$ 50 mil, 4% até R$ 40 mil, 18% até R$ 30 mil, 26% até R$ 10 mil e
26% de negócios gerados até R$ 1 mil. Outro dado importante foi à geração de
oportunidade de negócios futuros para 96% dos expositores. A cooperativa agro
COOPRIMA foi uma das que aproveitou para ampliar as vendas. “Conseguimos fechar
uma remessa de cachaça de jambu para a Bahia e apresentar para vários
varejistas do Estado”, comentou a presidente da COOPRIMA, Joelma Nunes.
Segundo o presidente do Sistema OCB/PA,
Ernandes Raiol, por se tratar de um evento de grande proporção, o Sistema
OCB/PA julgou melhor reprogramá-lo para 2021. “Este ano a Feira seria muito
maior. Enquanto que na 1ª edição foram mais de 5 mil participantes, para esta
estava previsto o dobro. Investimos em concentrar vários prismas da realidade
cooperativista em um só local, desde a apresentação direta das cooperativas, de
seus produtos e serviços, rodada de negócios entre as cooperativas e
instituições públicas e privadas, à divulgação de conteúdos científicos
produzidos por pesquisadores locais e um pesquisador da Universidade de
Alicante, da Espanha”, explica.
Na exposição, estarão 52 cooperativas
dos segmentos agro, trabalho, produção de bens e serviços, transporte, saúde,
crédito, educação, mineração, turismo, reciclagem e energia. Também contaria
com uma programação científica, com a realização do 1º Encontro Paraense de
Pesquisadores do Cooperativismo (EPPC), e com debates para as cooperativas
agro, com o Seminário do Cooperativismo Agropecuário.
Os dois eventos também precisaram ser
reprogramados. O 1º EPPC será nos dias 17 e 18 de setembro em formato online,
por meio da plataforma Microsoft Teams. As inscrições foram reabertas e
continuam gratuitas. “Foi um grande desafio para nós adequarmos um evento que
estava pronto para acontecer, mantendo o mesmo espírito acadêmico, engajamento
e ‘presença’ online. É um evento que sonhamos junto de cada participante para
mostrar o resultado de cada um. Certamente, o estudo do cooperativismo será
antes e depois do EPPC”, comentou Melize Borges, coordenadora geral do EPPC do
Sistema OCB/PA.
Já o Seminário do Cooperativismo Agro
está em fase de estruturação. Logo no início da pandemia, o Sistema OCB/PA
realizou um levantamento e que apontou para um cenário novo. “Precisamos fazer
frente a essa nova demanda e investimento em mais parcerias para facilitar a estabilidade
das cooperativas agro e acesso a linhas de crédito”, explica Raiol.
Dados desse levantamento indicaram para
a maior estabilidade dos mercados institucionais. No último dia 10, os
representantes do Sistema OCB/PA e do Sebrae/PA se reuniram para tratar sobre
como abrir caminho para as cooperativas agro nesse contexto dos mercados
públicos. “O Sebrae/PA é um parceiro que vai ampliar os nossos horizontes
porque dentro da sua própria estrutura e expertise possui uma vertente dedicada
a entrar nesse segmento”, conta o Superintendente do SESCOOP/PA, Júnior Serra.
Crédito
Sobre as linhas de crédito, serão
convidados agentes financeiros para apresentarem suas oportunidades de crédito
para as cooperativas, principalmente, destinadas ao capital de giro, tido como
uma das principais demandas das cooperativas agro em 2020.
“Já conseguimos várias vitórias. A OCB
Nacional firmou parceria com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) como forma de ganhar capilaridade econômica e social, visto
que as cooperativas estão presentes na maior parte dos municípios brasileiros e
representam uma importante fonte de geração de renda e emprego. Esse acordo faz
parte da estratégia de enfrentamento da crise econômica causada pela pandemia.
Essas novas linhas de crédito podem ser quitadas em até 10 anos”, explica
Raiol.