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Foto: Agência Pará |
A Secretaria de Meio Ambiente e
Sustentabilidade do Pará (Semas), por meio da Diretoria de Fiscalização
(Difisc), soltou 60 quelônios de volta à natureza nesta quarta-feira (28) na
ilha de Jutuba, na Região Metropolitana de Belém. Os animais foram encaminhados
ao órgão ambiental do Estado pela Fundação Escola Bosque (Funbosque), porque
estavam se reproduzindo em quantidade superior à capacidade do viveiro.
A equipe da Semas explica que entre os
60 quelônios há três espécies diferentes: 18 tracajás, 5 peremas e 37
tartarugas da Amazônia, todos devolvidos ao habitat natural.
Os quelônios são répteis da ordem
chelonia. Atualmente, estão catalogadas 260 espécies no mundo, e no Brasil
estão presentes 36. Esses animais são onívoros, e geralmente alimentam-se de
pequenos animais, folhas, frutos e sementes.
Segundo o agente de fiscalização
ambiental da Semas, Patrick Quintela, os animais foram entregues de forma
voluntária, no prédio da Difisc - no Parque Ambiental do Utinga e passaram por
avaliação física. Em seguida a equipe fez a escolha do local mais adequado para
a soltura. "As três espécies de quelônios exigiam habitats diferentes. A
tartaruga da Amazônia foi solta na areia e seguiu na direção da praia, já as
peremas foram soltas na mesma ilha, contudo em uma área mais próximo da mata,
com característica alagada, assim também ocorreu com os tracajás", disse.
utro animal silvestre recebido pela
fiscalização da Semas foi uma jaguatirica, entregue no Batalhão de Polícia
Ambiental (BPA), por uma moradora do município de Baião, na região Baixo
Tocantins. O animal macho era criado há sete meses em um sítio da região.
A jaguatirica é um mamífero carnívoro,
nativo da América, considerado o terceiro maior felino do continente. Ele é
encontrado em diversos habitats, como nas florestas tropicais, savanas e
mangues. Geralmente se alimenta de roedores, primatas e preguiças. Atualmente,
estima-se cerca de 45 mil indivíduos vivos no Brasil.
Ainda de acordo com o técnico da Difisc,
a jaguatirica foi encaminhada para avaliação clínica. "A Jaguatirica, por
ser um animal com população inferior, apesar de não estar em risco de extinção,
é encaminhado para centros de referência, a fim de que seu estado de saúde seja
avaliado, para posteriormente retornar à natureza. A espécime recebida hoje
teve como destino, o Museu Emílio Goeldi que dispõe de uma equipe de
veterinários capacitada para avaliação e tratamento de felinos", explicou
Patrick.
A Secretaria de Estado de Saúde Pública
(Sespa) alerta sobre os cuidados que devem ser tomados para evitar acidentes
com animais peçonhentos, principalmente nos meses de janeiro a março, quando o
tempo se torna mais chuvoso e os acidentes deste tipo aumentam.
"Durante o período de chuvas, os
animais ficam desabrigados, eles vão procurar lugares quentes e secos, que
acabam sendo as nossas casas, sapatos, botas, aquele cantinho onde tem muitas
coisas guardadas. Eles vão procurar abrigo e acabam nos encontrando",
explica a coordenadora estadual de Zoonoses da Sespa, Elke de Abreu.
No Estado do Pará, 92% dos acidentes com
animais peçonhentos são com serpentes como a Jararaca, seguido com uma pequena
porcentagem de acidentes com Surucucu e Cascavel. E alguns casos raros de
picada de cobra Coral. Em 2020, o Estado do Pará teve 7.945 casos registrados
de acidentes por animais peçonhentos, desse total, 22 pessoas morreram.
Cuidados
Cuidados com a limpeza ao redor da
residência são fundamentais para evitar acidentes com cobras, aranhas,
escorpiões e lagartas. Segundo Elke, escorpiões se alimentam de baratas que por
sua vez se alimentam de restos de alimentos, então manter ao redor da casa
limpo e sem entulhos, a chance de não ter escorpião e outros animais
peçonhentos é grande.
"As aranhas vão sempre procurar
lugares quentinhos, tem que ter cuidado e ver se não tem uma aranha antes de
calçar um sapato. Pequenas cobras também podem se esconder em sapatos e botas.
Antes de deitar numa rede é bom sacudir pra ver se não tem nenhum animal
escondido, deve-se evitar também encostar a cama ou berços na parede ou deixar
colchas e lençóis tocando o chão, pois escorpiões e aranhas podem utilizá-los
como apoio para subir e se abrigar entre esses tecidos e travesseiros. Outro
alerta é com relação a áreas alagadas, não se deve andar sem enxergar onde está
pisando", orienta a coordenadora.
Para os residentes de áreas com matas
próximas, evitar andar descalço ou de sandálias e não colocar a mão em buracos
de árvores ou tocos ocos, cupinzeiros, entre espaços situados em monte de
lenhas ou pedras e sob rochas. Caso seja necessário mexer nestes locais, é
sugerido o uso de um pedaço de madeira, enxada, pois esses lugares podem se
tornar abrigo para os animais. Lagartas também podem provocar acidentes, é
preciso tomar cuidado, elas ficam mimetizadas nos troncos das árvores e uma
pessoa pode encostar sem querer e se acidentar.
Em locais ou situações de risco de
acidentes por animais peçonhentos, como matas, trilhas, atividade de lazer,
áreas de acúmulo de lixo, serviços de jardinagem, atividades de limpeza,
deslocamentos de móveis, entre outros, utilizar sempre equipamentos de proteção
individual (EPI).
Olhe sempre com atenção o local de
trabalho e os caminhos a percorrer. Se encontrar animais peçonhentos em
qualquer situação afaste-se com cuidado, evite assustar ou tocar os animais,
mesmo que pareçam mortos.
Em locais rochosos ou com pedras soltas,
caminhe com os pés protegidos.
Não mexa em colmeias e vespeiros. Caso
estes estejam, em áreas de risco de acidentes, chame a autoridade local
competente para a remoção.
Tratamento
Caso aconteça um acidente com um animal
peçonhento, é muito importante que as pessoas saibam como proceder. Diferente
do que se costuma ouvir, não se deve amarrar o local do ferimento, já que isto
pode produzir necrose e não evita a disseminação do veneno.
"Os soros que tratam as picadas de
animais peçonhentos só podem ser aplicados em ambiente hospitalar, então é
importante procurar um hospital o mais rápido possível. Para as picadas de
cobras, é necessário soro sempre, só o soro vai neutralizar o veneno. Já nas
picadas de aranha e escorpião, nem sempre é necessário soro, mas mesmo assim
deve procurar um hospital. De cada dez acidentes com aranha e escorpião, apenas
três precisam de soro, os outros vão ficar em observação e hidratação. Para
acidentes com lagartas também será preciso um soro específico", informa
Elke.
Fique atento
Em caso de ocorrência de acidentes,
mantenha a calma; evite movimentos desnecessários; mantenha o membro acometido
mais elevado em relação ao restante do corpo; lave o local da picada apenas com
água ou com água e sabão; de bastante água à vítima para manter a hidratação e
procure um serviço médico o quanto antes.