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Crédito: Divulgação |
O queijo do Marajó, iguaria apreciada e premiada nacional e internacionalmente, recebeu, recentemente, o registro de Identificação Geográfica (IG), do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O Fórum Técnico de Indicação Geográfica e Marcas Coletivas do Estado do Pará, integrado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), apoiou o processo, via articulação, divulgação e visibilidade do produto marajoara. A IG é uma importante conquista para os produtores de queijo marajoara assistidos pela Emater na região.
Há 12 anos, Bruna Silva, mais conhecida
como "Bruna Peua" por causa da marca de queijo da famíla, conta com a
assistência técnica da Emater. Ela está satisfeita com o recebimento da IG.
"Também, muda no cenário do campo, a partir do momento que várias famílias
passam a entender a importância do seu papel e de permanecer produzindo e
vivendo de maneira econômica e socialmente justa", enfatizou Bruna Peua.
Com a IG, produtores de queijo do Marajó terão mais oportunidades para comercializar o produto para escolas municipais, por meio Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), já que o registro certifica um produto, que já é referência para a merenda escolar.
Em Soure, por exemplo, a Emater atende,
diretamente, sete produtores de queijo. O preço pago é competitivo em relação
ao mercado convencional e garante renda sem a dependência da flutuação do
movimento de turistas no arquipélago marajoara, pois que os turistas são os
principais compradores.
"Foi um trabalho intensivo, que resultou em uma importante conquista para o queijo do Marajó. Trabalhamos para garantir o produto no cardápio da merenda escolar de Soure. Agora, com o (registro da) IG, mais um passo importante foi dado. O nosso trabalho como assistência técnica não é só de preparação, mas também de articulação. Nós tiramos as dúvidas, mostramos ao produtor o que é necessário para ele se certificar junto aos órgãos responsáveis", disse Fernando Moura, chefe do escritório da Emater em Soure.
O Fórum Técnico de Indicação Geográfica
e Marcas Coletivas do Estado do Pará é formado por 32 instituições-membro,
entre elas, o Governo do Estado, e enquanto órgãos estaduais, a Emater e a
Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará); e as secretarias de
Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap); de Turismo (Setur).
Desde 2019, a Emater reforçou as visitas técnicas às queijarias e propriedades de pecuária bubalina leiteira de municípios marajoaras como Cachoeira do Arari, Salvaterra, Ponta de Pedras, Muaná, Soure, entre outros, proferindo palestras e aplicando check-lists. O objetivo é identificar a realidade das cadeias produtivas principais e de orientar ajustes sanitários e de manejo dos rebanhos.
Para o supervisor regional da Emater nas Ilhas, que jurisdiciona parte do Arquipélago do Marajó, o zootecnista Ricardo Barata, mestre em Saúde e Produção Animal na Amazônia, o (registro da) IG é um processo revolucionário de valorização e incentivo à produção do queijo do Marajó.
"Vai proporcionar a diferenciação
entre produtos e serviços, melhorando o acesso ao mercado local, além de
fomentar o desenvolvimento regional, surtindo efeitos positivos para produtores
locais e o consumidor final", pontuou o supervisor regional.