Reservas para o Círio 2021 segue em baixa na capital paraense

 

Os meios de hospedagem de Belém vivem a maior crise da história e nem mesmo a divulgação de uma programação para o Círio 2021, no início do mês de agosto, conseguiu trazer qualquer sinal de melhorias para o setor. Segundo o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado do Pará, 2021 já é praticamente um ano perdido para os meios de hospedagem localizados na capital paraense e o cenário só deve apresentar sinais de melhoras a partir do segundo semestre de 2022, mas isto vai depender bastante do controle da pandemia de covid-19. Até lá, o número de empresas que poderá fechar as portas é imensurável.

O problema, explica Fernando Soares, assessor jurídico do SHRBS-PA, acontece porque os meios de hospedagem de Belém sempre dependeram do turismo de negócios e sem a realização de eventos presenciais (como congressos, seminários, workshops e feiras) não há geração de receitas e renda para o setor. “Existe uma forte preocupação de que estes eventos nem ocorram mais com a mesma frequência de antes da pandemia. Isto porque a internet mostrou que os eventos online são mais baratos e alcançam um público muito maior”, levanta Soares.

 O turismo religioso é a segunda fonte de receita para os meios de hospedagens associados ao SHRBS-PA, porém, as incertezas sobre a programação do Círio de Nazaré deste ano somadas ao medo da covid-19 afetam diretamente o número de reservas para o segundo fim de semana de outubro. “A Diretoria da Festa anunciou uma programação, mas deixou claro que se houver algum problema os eventos irão sofrer alterações”, destaca Fernando.

 “Pesa ainda a preocupação se haverá ou não aumento do número de casos de covid-19 até lá, já que temos variantes se espalhando e se propagando”, completa. “Tem associado nosso que tenta falar com os clientes antigos para oferecer pacotes, mas o cliente pergunta logo sobre como está o cenário da pandemia e de vacinação na cidade. As pessoas prometem entrar em contato mais à frente para confirmar a reserva ou não. Diante disso fica até inviável fazermos qualquer levantamento para saber qual porcentagem de reserva confirmada para a quadra nazarena, por exemplo”, disse o assessor jurídico.

 No ano passado, o índice de ocupação de leitos nos meios de hospedagem associados ao SHRBS-PA durante os dias de festividade nazarena chegou a menos de 25% da capacidade disponível. Em anos antes da pandemia, na segunda quinzena de agosto os meios de hospedagem de Belém já estavam com mais de 40% da capacidade reservada para o segundo fim de semana de outubro, quando é realizado o Círio de Nazaré.

 Fernando Soares aponta que o mês de setembro será um laboratório para saber se haverá algum aquecimento do número de pacotes de hospedagem em Belém para o período de Círio. “Por enquanto, está tudo indefinido e o setor vive uma crise sem fim. Mesmo se houver demanda expressiva para o Círio de Nazaré, a crise irá continuar porque os prejuízos são grandes”, resumiu o porta-voz do sindicato.