O Governo do Estado deve construir a
nova ponte do distrito de Outeiro, que terá 360 metros com uma solução de
engenharia que utilizará o sistema de cabos- estais, praticamente dobrando a
largura do vão de navegação, que atualmente tem 60 metros, para 100 metros e
impedirá que ocorram novos choques de embarcações, a exemplo do que ocorreu na
última segunda-feira (17).
O sistema de cabos-estais é semelhante
ao utilizado na ponte União, que foi reconstruída na Alça Viária.
O anúncio ocorreu no Terminal
Hidroviário de Belém, durante uma coletiva neste domingo (23), quando foi
apresentado o projeto de construção e o imediato início das obras da ponte de
Outeiro.
Durante a coletiva, Adler Silveira,
secretário de Estado de Transportes (Setran), órgão responsável pela construção
da ponte, fez a apresentação das soluções estudadas e anunciou que o consenso
foi pelo sistema de estais aprovado pelo Grupo de Trabalho (GT) criado para
encaminhar as questões da ponte. O GT foi formado pelo Governo do Estado,
Prefeitura de Belém, Conselho de Regional de Engenharia e Arquitetura do Pará
(CREA) e órgãos de controle, como Ministério Público do Estado do Pará (MPPA),
Ministério Público de Contas (MPC), Tribunal de Contas do Estado (TCE), em que
ficou decidido pela solução de estaimento da ponte, "que ganhará um mastro
central e cabos de aços que farão a sustentação da ponte, que também será
totalmente restaurada, desde os pilares remascentes, tabuleiro, guarda-corpos,
pista de rolamento em asfalto e instalação de defensas de proteção",
pontuou Adler Silveira.
A ponte do Outeiro deve ter sua obra
concluída em sete meses. Marcelo Aranha, representante do Tribunal de Contas do
Estado (TCE) no Grupo de Trabalho, destacou que dentro daquilo que compete ao
órgão fará fiscalização da obra, e o acompanhamento de processo humanizado. "Na
medida em que a fiscalização avançar, encaminharemos as conclusões à Setran
para as medidas cabíveis. Necessário frisar que todas as informações das obras
devem ser disponibilizadas para análise do Tribunal para que colaboremos com os
órgãos de controle" disse.
A apresentação do projeto envolveu a
área técnica da Setran, membros da Prefeitura de Belém, e contou ainda com a
presença do prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues.
Fiscalização
Patrick Bezerra, represente do
Ministério Público de Contas do Estado (MPC), destacou que a emergência da
ponte do Outeiro é tão grande que o Estado não terá a opção de contratar a
empresa que deve construir a ponte em um ano, via processo licitatório, mas o
grupo foi criado para que a contratação seja feita com segurança jurídica para
atender melhor a contratação pública.
"É muito importante nossa
iniciativa e nesse cenário de contratação para obras custosas, é muito
importante que compensemos essas entidades com o máximo de transparência
possível as autoridades de controle por meio da canalização de documentos tão
logo que serão feitos, para a sociedade como um todo que nos ajuda a
fiscalizar", asseverou.
Ângela Maria Balieiro Queiroz, promotora
de Justiça do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) destacou que o órgão
está com grupo de trabalho , "que acompanha a obra e as execuções do
trabalho de reconstrução da ponte de Outeiro, em vista que nós fazemos parte de
um grupo de atuação no que diz respeito à segurança da navegação. Nesse quesito
da obra e da segurança" disse.
A ponte do Outeiro foi construída há 35
anos. Segundo Jenilton Ugulino, representante do CREA Pará no GT, o grupo de
trabalho foi criado dar celeridade ao trabalho, "mas principalmente
garantir uma segurança técnica e jurídica desse processo de extremo
imediatismo, para proteger a sociedade de modo geral. Visto que além de ser uma
obra de custo significativo, também é de corpo técnico significativo. E o CREA
está engajado para dar maior celeridade possível a essas documentações. Os
documentos já estão sendo disponibilizados, assim, aceleramos a análise desses,
inclusive se a empresa for de fora existe trâmite para cadastro dela e para isso
também vamos dar viabilidade dentro da lei", destacou.
Pelo poder público municipal, a
superintendente de Mobilidade Urbana de Belém (Semob), Valéria Ribeiro,
destacou a agilidade no tempo de resposta do Governo do Estado para o
reestabecimento do tráfego entre o continente e a ilha do Outeiro.
"O Governo do Estado e Semob agiram
de forma imediata e algumas horas depois, ainda pela manhã, já havia a primeira
embarcação para fazer o traslado de forma gratuita", destacou.
Investigação
A ponte do Outeiro foi interditada pelos
órgãos de segurança do Estado na última segunda-feira (17), após perder seu
pilar central com abalroamento de uma embarcação nas primeiras horas do dia.
O delegado Daniel Castro, da Polícia
Civil, informou na coletiva que prosseguem as investigações para localizar os
responsáveis pelo sinistro.
"Pode (o sinistro) ser um
empurrador específico ou sucessivos choques de várias embarcações. Estamos
fazendo perícias e em breve vamos divulgar a dinâmica: se foi uma embarcação
que provocou a queda ou sucessivos choques de diversas embarcações",
disse.
Serviço: Para garantir o direito de ir e
vir de cerca de 80 mil pessoas que vivem na ilha do Outeiro o Governo do Estado
disponibilizou barcos, balsas e ferryboats para fazer o traslado de veículos e
passageiros entre o distrito de Icoaraci e Outeiro.
As novas opções oferecem mais conforto e
maior capacidade de passageiros. As lanchas rápidas são equipadas com
ar-condicionado e transitam entre a rampa de acesso de Outeiro ao trapiche de
Icoaraci, em um trajeto com duração de cinco minutos. Já os navios trafegam
entre o porto da Brasília, em Outeiro, e o Terminal Hidroviário de Belém, em
viagens de cerca de 1h.
Funcionamento: Todos os dias, inclusive
final de semana, de forma gratuita.
Horários do navio:
- Outeiro para Belém:
06:30 (embarcação com 550 lugares)
07:00 (embarcação com 300 lugares)
- Belém para Outeiro:
12:00 (embarcação com 550 lugares)
13h (embarcação com 300 lugares)
- Outeiro para Belém
13:30 (embarcação com 550 lugares)
14:30 (embarcação com 300 lugares)
- Belém para Outeiro:
17:30 (embarcação com 550 lugares)
19:30 ( embarcação com 300 lugares)
Também estão disponíveis para a
travessia dois catamarãs, um com capacidade para 155 lugares e outro para 133.