Universitários alertam para o alto índice de câncer de pênis no Pará

  

Urologista Ruy Mascarenhas

Alunos do curso de medicina da Universidade do Estado do Pará resolveram lançar uma campanha para alertar sobre o câncer de pênis. Apesar de ser um tumor raro, em países desenvolvidos, os números já são alarmantes nos países subdesenvolvidos. 

Segundo o acadêmico do curso de Medicina da Uepa e membro da Liga de Urologia, Rodrigo Goes, a preocupação surgiu após os alunos constatarem uma grande quantidade de amputações penianas durante os atendimentos nas Unidades de Saúde. “Em média, por semana, são 2 a 3 pacientes que perdem o pênis parcial ou total devido a doença. Por isso, resolvemos criar uma campanha de conscientização que deve durar o ano todo”, constatou o futuro médico. 

A Liga de urologia da Uepa conta também com o apoio do hospital Ofir Loyola, referência em tratamento de câncer no Pará e do médico urologista Ruy Mascarenhas, que trabalha no hospital das Clínicas, em Belém e presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, seção Pará.

 De acordo com Ruy Mascarenhas, muitos dos casos da doença poderiam ser evitados apenas com cuidados básicos com a higiene íntima. Além disso, segundo ele, muitos homens têm vergonha de procurar um médico. “Quando eles procuram (médico), a doença já está num estado avançado, precisando ser feito um tratamento mutilante para tentar buscar a cura”, alertou o médico, em entrevista ao jornalista Celso Freire, durante o programa Panorama Liberal, na rádio Liberal AM. 

No mundo, entre as nações, os maiores números de ocorrências estão Quênia, Uganda, Egito e Índia. O Brasil é o terceiro país com mais incidência desse tumor,  representando 2% de todos os tipos de câncer que atingem o homem, sendo mais frequente nas regiões Norte e Nordeste. E o Pará é o segundo estado com maior incidência, perdendo apenas para o Maranhão.

 Embora evitável, a doença atingiu, pelo menos, 10.265 brasileiros entre os anos de 2016 e 2020. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o número de mortes, me 2019 chegou em 458 (Atlas de Mortalidade por Câncer -SIM).

 Prevenção 

A falta de higiene é a principal causa do câncer de pênis, o que torna o tumor totalmente prevenível. “A fimose e o HPV também ajudam a fazer com que dificultem a lavagem do pênis adequadamente”, destacou Ruy Mascarenhas.

 Para prevenir o câncer de pênis, é necessário fazer a limpeza diária do órgão com água e sabão, principalmente após as relações sexuais. É fundamental ensinar aos meninos desde cedo os hábitos de higiene íntima, que devem ser praticados todos os dias, como ensina o urologista. 

Outro conselho do médico é a utilização do preservativo, que é imprescindível em qualquer relação sexual, já que a prática com diferentes parceiros sem o uso de camisinha aumenta o risco de desenvolver a doença. “O preservativo diminui a chance de contágio de doenças sexualmente transmissíveis, como o vírus HPV, por exemplo”, conclui o urologista.

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